O documento pede uma “ação urgente” contra a crise dos aumentos de preços dos alimentos e diz que a comida não deve ser usada como “uma arma” política ou econômica. O encontro também reafirmou as metas da ONU de reduzir pela metade a fome no mundo até 2015.
BBC Brasil,05/06/08.
A divulgação do texto final foi adiada em várias horas por causa de desentendimentos que se intensificaram no último dia de negociações.
Antes da entrevista coletiva que encerrou o encontro, alguns países que fizeram ressalvas ao acordo se manifestaram.
Biocombustíveis
O governo argentino, que recentemente adotou medidas para evitar a exportação de alimentos, queria evitar a condenação de “medidas restritivas”.
Outra nação que queria ver mudanças no documento final é Cuba.
Os diplomatas cubanos queriam introduzir de forma indireta a discussão sobre o embargo feito pelos Estados Unidos à ilha.
Em uma intervenção antes do encerramento do encontro, representantes cubanos disseram que queriam saber quais Estados “têm objeções ao multilateralismo e ao respeito do direito internaciona”.
Segundo fontes na conferência, o governo americano foi um dos que se opôs à inclusão do assunto no documento final.
No começo do dia, um diplomata europeu ouvido pela BBC News disse que o Brasil e outros países latino-americanos estavam se negando a assinar o documento porque ele apresentava de forma negativa os biocombustíveis.
Os representantes brasileiros, no entanto, negaram que tenha havido grandes problemas em torno do debate sobre o etanol e que foi possível chegar a um texto consensual.
No encerramento do encontro, o diretor-gral da FAO, Jacques Diouf, também divulgou e confirmou a promessa de doações diferentes países e organizações para ajudar no combate à fome no mundo.
Entre os países que prometeram recursos estão nações tão distintas como Estados Unidos, Venezuela e Kuwait.