Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) interditaram três pontos de rodovias da Paraíba na manhã de ontem, dia 27. No trecho próximo ao Rio Paraíba, a movimentação começou às 9 horas, com os dois sentidos da BR-230 parados. Cento e cinqüenta pessoas de acampamentos das cidades de Mari, Sapé e Juripiranga faziam parte do protesto. No Sertão, uma parte da BR-230, próximo a Condado, a 342 km de João Pessoa, 150 famílias de acampados participaram da manifestação. Já na BR-631, que liga o município de Olho d\'Água a Picuí, distante 244,1 km da Capital, 300 famílias estiveram presentes no protesto.
De acordo com o representante da Coordenação Estadual do MST, Neto Barbosa, o protesto foi contra a falta de atenção do Governo Federal em relação à situação dos sem-terra. "Temos 2.400 famílias acampadas em todo o Estado. Alguns acampamentos existem há mais de dez anos e as pessoas ainda não receberam nenhuma terra para trabalhar e viver", observou.

Segundo Barbosa, o Governo Federal está investindo no agronegócio e esquecendo de priorizar a reforma agrária e, além disso, não existem perspectivas de assentar nem 500 famílias se a situação continuar como está.

Neto Barbosa lembrou que o acampamento Pau Brasil, localizado em Itabaiana, já recebeu vistoria e a conclusão foi de que as terras são improdutivas. Mesmo assim, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não tomou providências para assentar as 22 famílias que permanecem acampadas sob lona preta. "O dinheiro destinado à reforma agrária é pouco e o governo não dá prioridade", lamentou.

Só este ano, como afirmou o integrante do MST, foram retirados R$265 milhões do orçamento destinado à reforma agrária. "Por isso, ainda temos 48 acampamentos de sem terra no Estado, especialmente no Sertão", afirmou. Ele disse ainda que o objetivo dos sem terra com as mobilizações é apenas resolver o problema dos acampamentos que já existem. Neto Barbosa garantiu que não há intenção de promover ocupações de terras.

"Aqui existem ainda representantes de outras áreas, e queremos ver o que poderá ser feito pelo Incra para a reforma agrária andar. Sabemos que Frei Anastácio tem toda uma história de luta pelos direitos dos sem terra. Então, esperamos que ele se sensibilize e nos apóie", comentou Barbosa. Ele acrescentou que o superintendente do Incra tem o compromisso de atender as pessoas que estão nessa mesma luta.


Fonte: Setor de comunicação da CPT PE com informações do Jornal O Norte.

 

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