De acordo com o representante da Coordenação Estadual do MST, Neto Barbosa, o protesto foi contra a falta de atenção do Governo Federal em relação à situação dos sem-terra. "Temos 2.400 famílias acampadas em todo o Estado. Alguns acampamentos existem há mais de dez anos e as pessoas ainda não receberam nenhuma terra para trabalhar e viver", observou.
Segundo Barbosa, o Governo Federal está investindo no agronegócio e esquecendo de priorizar a reforma agrária e, além disso, não existem perspectivas de assentar nem 500 famílias se a situação continuar como está.
Neto Barbosa lembrou que o acampamento Pau Brasil, localizado em Itabaiana, já recebeu vistoria e a conclusão foi de que as terras são improdutivas. Mesmo assim, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não tomou providências para assentar as 22 famílias que permanecem acampadas sob lona preta. "O dinheiro destinado à reforma agrária é pouco e o governo não dá prioridade", lamentou.
Só este ano, como afirmou o integrante do MST, foram retirados R$265 milhões do orçamento destinado à reforma agrária. "Por isso, ainda temos 48 acampamentos de sem terra no Estado, especialmente no Sertão", afirmou. Ele disse ainda que o objetivo dos sem terra com as mobilizações é apenas resolver o problema dos acampamentos que já existem. Neto Barbosa garantiu que não há intenção de promover ocupações de terras.
"Aqui existem ainda representantes de outras áreas, e queremos ver o que poderá ser feito pelo Incra para a reforma agrária andar. Sabemos que Frei Anastácio tem toda uma história de luta pelos direitos dos sem terra. Então, esperamos que ele se sensibilize e nos apóie", comentou Barbosa. Ele acrescentou que o superintendente do Incra tem o compromisso de atender as pessoas que estão nessa mesma luta.
Fonte: Setor de comunicação da CPT PE com informações do Jornal O Norte