A Comissão Pastoral da Terra, em conjunto com trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra, realizam a Jornada em Defesa da Terra e dos Direitos dos Canavieiros, em Pernambuco. As ações da jornada acontecem ao longo de toda a semana e fazem parte das comemorações que marcam o 17 de abril, dia de luta pela Reforma Agrária.
As atividades serão organizadas em cinco municípios da Zona da Mata do estado. Ontem (14), as ações aconteceram no município de São Vicente Ferrer; hoje (15), a jornada segue para Timbauba; já amanhã (16) será a vez do município de Camutanga, em seguida, Itambé (dia 17) e Buenos Aires (dia 18). Todos esses municípios são marcados pelo monocultivo da cana-de-açúcar - no caso de São Vicente Ferrer, pela expansão do monocultivo da banana - , pela exploração da mão-de-obra e pela devastação do meio ambiente, que estão diretamente ligadas ao modelo de produção do açúcar e do álcool em Pernambuco.
A Jornada consiste em visitas aos bairros e comunidades em que vivem os trabalhadores e trabalhadoras rurais, com distribuição de materiais de campanhas como a “De olho aberto para não virar escravo”, e a “Pelo limite da propriedade”, além de materiais educativos sobre os impactos dos agrocombustíveis. Ainda como parte da programação da Jornada, serão realizados debates em escolas, sindicatos, centros comunitários e salões paroquiais, em cada município, sobre a situação de vida do trabalhador rural em meio a expansão dos monocultivos, a violação dos direitos trabalhistas, as formas de cobrá-los e um novo modelo de desenvolvimento para Zona da Mata de Pernambuco, fundamentado na partilha da terra com a realização da reforma agrária para produção de alimentos. As discussões são realizadas para que os trabalhadores compartilhem experiências comuns e vislumbrem possibilidades de transformação da realidade em que se encontram.
À noite, serão exibidos filmes e documentários que abordam a exploração do trabalhador rural no corte de cana, como o filme Bagaço, produzido pela CPT e pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, que retrata a violação dos direitos humanos nos canaviais e os impactos causados pela extensão do monocultivo da cana-de-açúcar em Pernambuco.
A jornada em Defesa da Terra e dos Direitos dos Canavieiros, além de discutir com os trabalhadores e trabalhadoras, tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para os problemas que marcam a Zona da Mata e sobre os danos causados com a expansão do agronegócio na região.
Serviço:
O que? Jornada em Defesa da Terra e dos Direitos dos Canavieiros
Quando e onde?
Dia 15: Município de Timbauba
Dia 16: Município de Camutanga
Dia 17: Município de Itambé
Dia 18: Município de Buenos Aires
Fonte: Setor de Comunicação CPT PE