Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Dos 120 reservatórios monitorados no Estado, quase 20% estão vertendo. Mesmo assim, a Compesa informa que não haverá mudança no racionamento

A chuva dos primeiros meses do ano, considerada acima da média histórica do período, começa a encher as barragens de Pernambuco. Dos 120 reservatórios monitorados no Estado, quase 20% estão vertendo, sobretudo no Sertão, região onde a precipitação pluviométrica tem sido maior.

Vinte barragens já atingiram 100% de sua capacidade e estão sendo acompanhadas pela Secretaria de Recursos Hídricos. Apesar da situação favorável, a Compesa informou que não haverá alteração no esquema de racionamento. Mas afirmou que o aumento nos níveis dos reservatórios garantirá uma tranqüilidade para o resto do ano.

O diretor de Serviços Operacionais da Compesa, Sérgio Porto, explicou que o volume de chuva nesse inverno tem sido muito bom. “A gente está conseguindo repor o estoque. Isso é importante para atravessarmos o próximo período de estiagem, sem apertar no calendário de racionamento”, destacou. Ele observou, no entanto, que não havia muitas barragens ameaçadas de colapso. “Cidades como Jataúba, Cedro, Santa Cruz do Capibaribe estavam numa situação mais complicada, porque seus reservatórios apresentavam níveis muito baixos. Mas, na maior parte do Estado, já estávamos dentro da normalidade”, explicou.

No Sertão, os reservatórios que estão sangrando pertencem às Bacias do Pajeú e Moxotó. No Agreste, eles fazem parte das Bacias de Ipanema, Ipojuca e Una. Já no Litoral, a Bacia de GL 2 está com as Barragens de Pirapama, Cicupema e Bita cheias. Reservatórios menores, como o de Rosas, em Pesqueira, também estão vertendo.

“Independentemente do esquema de racionamento, as populações ribeirinhas já estão sendo beneficiadas por esse tempo chuvoso”, destaca Margarida Regueira, gerente de monitoramento e fiscalização da Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco.

O mês de março, de fato, apresentou uma precipitação pluviométrica acima da média em todo o Estado. No Sertão, onde a chuva se mostrou mais intensa, o percentual foi de 70% a mais do que o volume padrão. Já no Agreste, houve um aumento em torno de 50%, enquanto no Litoral e Zona da Mata esse número foi de 15%. “Para os próximos três meses, a expectativa é que a precipitação continue normal ou acima da média, com grande possibilidade de chuva intensa”, explica Francis Lacerda, coordenadora do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe).

Ontem, no auditório da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco (Fidem), representantes da Secretaria de Recursos Hídricos, do Lamepe, da Comissão de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) se reuniram para fazer um balanço dos primeiros meses de chuva e discutir estratégias para os próximos meses. O coordenador da Codecipe, coronel Daniel Ferreira, afirmou que, dos 14 municípios da Região Metropolitana do Recife, apenas Moreno não possui um plano estratégico para redução de risco. “Apesar da morte que ocorreu em Lagoa Encantada, no bairro do Ibura, no Recife, no início da semana, fazemos uma avaliação positiva. Houve um volume de chuva muito maior, comparado ao mesmo período do ano passado, e os danos foram menores”, avaliou.

Fonte: Jornal do Commercio

 

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