Nesta quarta-feira, dia 26/3, centenas de trabalhadores rurais e representantes de movimentos sociais protestam na sede do BNDES contra os privilégios cedidos ao agronegócio. Os manifestantes fazem parte da Rede Alerta Contra o Deserto Verde Fluminense e de diversos Movimentos Sociais de Luta pela Reforma Agrária, como MST, Fetag, MTL e Contag, além de movimentos Quilombolas e Indígenas.
O protesto tem por objetivo se manifestar contra a ordem de prioridades nos financiamentos do BNDES, que vêm privilegiando o agronegócio e as grandes empresas de capital privado. O dinheiro público, através do BNDES, está bancando financiamentos bilionários para implementação de monoculturas predatórias de eucalipto e cana de açúcar.
Uma comissão será recebida em audiência, já agendada, pela Presidência do BNDES. Nela, será entregue uma carta aberta, contendo as reivindicações dos trabalhadores. A carta também será entregue à população.
Na carta estão contidas várias propostas alternativas ao modelo agrícola exportador. Os movimentos sociais do campo e da cidade exigem do BNDES o financiamento para o fomento da agricultura familiar e da produção agro-ecológica. Além disso, condenam o pedido de financiamento de R$ 1 bilhão feito pela empresa Aracruz Celulose para sua instalação no Estado do Rio de Janeiro. Este projeto conta com o apoio do governador Sérgio Cabral, quem não tem promovido nenhum tipo de ação para o fomento da agricultura familiar.
À tarde, os manifestantes seguem em marcha até o Tribunal Regional Federal, onde ingressarão com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade). A ADIN é contra a lei do Governo do Estado que favorece, exclusivamente, os interesses econômicos da Aracruz Celulose. A nova lei estadual autoriza o plantio de eucalipto em larga escala, sem obrigatoriedade do licenciamento ambiental.
26/03/08, sitio MST