O grupo dos sem-terra, foi surpreendido em uma emboscada na fazenda São Felipe, área de 12 mil hectares ocupada pelo movimento. A propriedade fica em frente à rodovia que liga Belém à Brasília.
Testemunhas afirmaram que o acampamento foi invadido por um grupo de 50 pistoleiros formado por policiais militares e comandado pelo latifundiário Zé Anísio. Além da morte do trabalhador, mais seis pessoas ficaram feridas. Para Ulisses Manaças, da coordenação estadual do MST no Pará, a violência cometida contra os sem-terra é de responsabilidade do governo, já que as terras já foram vistoriadas e consideradas improdutivas e ainda não foram destinadas à reforma agrária.
“A responsabilidade neste caso é exatamente do governo federal através do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], porque a área já foi vistoriada há mais de três anos. Há 30 dias concluíram uma nova vistoria da área e a terra foi caracterizada como grilada, ou seja, é terra da União. A responsabilidade é da morosidade, da inoperância do Incra e do estado, que não têm capacidade de desmontar as milícias armadas na região Belém-Brasilia.”
Como forma de protesto, integrantes do MST interditaram a rodovia Belém-Brasília e, só desbloquearam depois que representantes do Incra e do governo estadual se comprometeram a resolver a situação da área. Na tarde de ontem, um dos suspeitos do assassinato foi preso.
O Pará é o estado mais violento no campo. Nos últimos dez anos, mais de 130 agricultores morreram em conflitos decorrentes da luta pela terra.
De São Paulo, da Radioagência NP, Danilo Augusto.
Fonte: Agência Notícias do Planalto