"A maioria de nós é produtora de alimentos. Estamos dispostos, somos capazes e temos a vontade de alimentar a todos os povos do mundo. Nossa herança como produtores de alimentos é fundamental para o futuro da humanidade. Mas esta herança e esta capacidade para produzir alimentos nutritivos, de qualidade e em abundância, está ameaçada pelo neoliberalismo e pelo capitalismo global", ressalta o documento final, divulgado ontem.
A Declaração de Nyéleni - assinada por camponeses, agricultores familiares, pescadores, migrantes, povos indígenas, consumidores conscientes, ambientalistas, mulheres, crianças, jovens, povos sem terra - afirma que diante de todo este panorama, os movimentos não vão esmorecer e levarão à frente diversas ações e estratégias para isso.
Entre os pontos de luta constantes na Declaração estão a conservação e re-habilitação das zonas rurais, das zonas pesqueiras, e dos alimentos tradicionais baseados numa gestão sustentável da terra, do uso do solo, das sementes e da água; envolver cada vez mais os estados e as instituições internacionais no compromisso pelo respeitos aos povos e à biodiversidade; o direito aos povos, às nações e estados para decidirem seus próprios sistemas alimentares, além das políticas que possam propiciar alimentos de qualidade, acessíveis e nutritivos, entre outros.
"Em Nyéléni, graças aos muitos debates e à intensa interação, aprofundamos nosso conceito de soberania alimentar e trocamos informações sobre a realidade das lutas de nossos respectivos movimentos para conservar a autonomia recuperar nosso poder. Agora entendemos melhor os instrumentos que necessitamos para criar um movimento e promover nossa visão coletiva", diz a Declaração.