A meta inicial de comercializar 180 toneladas foi ultrapassada em quase quatro mil quilos. Acampados, assentados, pequenos produtores e posseiros de todas as microrregiões de Alagoas participaram do espaço desde quarta-feira e tentaram alinhar o discurso em defesa da Reforma Agrária com produtos do campo e cultura popular. A última noite de feira foi encerrada com uma apresentação do Trio Nó Cego e de Tororó do Rojão.
De acordo com Carlos Lima, coordenador estadual da CPT, a feira superou em muito as expectativas dos trabalhadores rurais. “Essa com certeza foi a maior edição de todas. Tivemos uma excelente aceitação dos nossos produtos junto a comunidade”, afirmou. “Muitas pessoas faziam questão de dizer que estavam adquirindo produtos para contribuir com a Reforma Agrária. E olha que nós ainda estamos bem distantes do nosso objetivo", afirmou, elogiando a dedicação dos trabalhadores que procuraram repassar os melhores produtos, além de manter a praça limpa.
Para o coordenador técnico da CPT, o engenheiro agrônomo Cícero Adriano, a feira mostrou que apenas 82 famílias entre as centenas que estão acampadas nas rodovias estaduais são capazes de colocar produtos de qualidade na mesa dos alagoanos. “Comercializamos 183,7 toneladas de 86 tipos de produtos. Laranja, banana, macaxeira e inhame foram os mais vendidos”, explicou. A próxima Feira Camponesa da Comissão Pastoral da Terra está prevista para ser realizada em novembro.
EXPOSIÇÃO – Mais de três mil pessoas visitaram durante a feira camponesa da exposição do fotografo João Zinclar. Paulista de Campinas, ele percorreu os 2,8 mil quilômetros do Rio São Francisco para mostrar uma realidade que será modificada caso aconteça o projeto de transposição. O trabalho, realizado entre 2005 e 2006, evidenciou os conflitos no uso dos recursos hídricos e nos problemas ambientais, bem como as conseqüências sociais no cotidiano ribeirinho.
Fonte: CPT AL