Os trabalhadores rurais esperam mais uma vez unir a produção de alimentos com a divulgação da cultura alagoana – sem esquecer de apontar quais são as suas bandeiras na luta pela Reforma Agrária. A comercialização tem início a partir das 6h da quarta-feira e a abertura oficial acontecerá, às 15h, com a presença do arcebispo metropolitano Dom Antonio Muniz.
De acordo com Carlos Lima, coordenador estadual da CPT, a feira mostra o resultado claro dos poucos espaços onde os trabalhadores tiveram acesso ao plantio em Alagoas. “A feira serve para chamar atenção da sociedade para nossa causa. Temos centenas de famílias acampadas nas rodovias e que poderiam muito bem estar produzindo alimentos caso tivessem a mínima oportunidade”, afirmou. “Hoje posso dizer que a feira conquistou a atenção e o respeito da população, que já sabe, por exemplo, que nós nos preocupamos com a qualidade e a higiene”, explicou Carlos Lima, apontando a padronização das barracas.
A expectativa dos organizadores é de vender 180 toneladas de alimentos nos três dias de feira. Macaxeira, inhame, laranja, banana, farinha, mel, coco e abacaxi são apenas alguns dos produtos que estarão nas bancas com preços abaixo do mercado. “Desde já somos vitoriosos. Nossa feira aponta que acampados, assentados, pequenos produtores e posseiros são capazes de produzir alimentos com qualidade. Se tivéssemos mais oportunidade para estes trabalhadores conseguiríamos apresentar ainda mais variedades”, afirmou.
Carlos Lima explicou que a VI Feira Camponesa segue o exemplo das edições anteriores mesclando espaços de comercialização de produtos com a cultura alagoana. Entre as atrações estão o Trio Nó Cego, Chau do Pife, Joelson dos 8 baixos e Tororó do Rojão. “Mesmo durante as apresentações a VI Feira vai continuar atendendo a população, afinal temos sempre um bom público durante as noites”, observou o coordenador da CPT. O circuito cultural tem programação começando sempre às 18h.
Nesta edição, além da programação artística acontecerá também a exposição do fotografo João Zinclar. Paulista de Campinas, ele percorreu os 2,8 mil quilômetros do Rio São Francisco para mostrar uma realidade que será modificada caso aconteça o projeto de transposição. O trabalho, realizado entre 2005 e 2006, evidenciou os conflitos no uso dos recursos hídricos e nos problemas ambientais, bem como as conseqüências sociais no cotidiano ribeirinho.
PROGRAMAÇÃO
Quarta-feira
18h – Trio Nó Cego
21h – Chau do Pife
Quinta-feira
18h – Trio Nó Cego
21h – Joelson dos 8 Baixos
Sexta-feira
18h – Trio Nó Cego
21h – Tororó do Rojão