Na manhã do último domingo (28/03), a Campanha Mãos Fraternas deu início à distribuição de marmitas solidárias, destinadas aos viventes de rua de Campina Grande. Nessa ação, foram distribuídas, aproximadamente, 200 quentinhas preparadas no Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, juntamente com café, chá e máscaras de proteção contra o coronavírus.
A Campanha representa um esforço de unidade entre movimentos sociais do campo e da cidade, professores universitários, sindicatos, pastorais e a Rede Nacional de Médicos Populares da Paraíba, os quais deram início a diferentes ações de solidariedade ativa logo no início de 2020, como a Campanha Leite Fraterno, em parceria com o MPF, e com a doação de alimentos produzidos pela Agricultura familiar, nos assentamentos de reforma agrária, com a Campanha plantar mais para dividir com os povos.
Em seguida, foram unidos os esforços com a Campanha Periferia Viva e deu-se o início da Formação de Agentes Populares de Saúde. Com o lema “O povo cuidando do povo e em defesa do SUS” foram formados cerca de 150 Agentes Populares de Saúde, os quais atuam no sentido de fortalecer as medidas de prevenção a Covid-19 em bairros da periferia e em áreas de acampamentos e assentamentos da reforma agrária de João Pessoa, Campina Grande e Patos.
A solidariedade do povo
Paulo é morador do município de Lagoa Seca e foi contemplado com uma marmita no caminho para Campina Grande. Ele trabalha com reciclagem e vem enfrentando grandes dificuldades sem o acesso ao auxílio emergencial, e conforme relatou, sua conta de luz custa cerca de R$130,00 e, mesmo sendo pessoa de baixa renda, houve aumento dos impostos e as contas aumentaram cerca de 9% no último mês.
“A solidariedade ativa é essencial nesse momento em que o governo federal está promovendo o genocídio do povo brasileiro e, por isso, o povo tem que se cuidar. Nessa perspectiva, os Agentes Populares de Saúde precisam seguir cuidando povo, defendendo o SUS, os direitos sociais da população e vacina para todas e todos”, diz Luciana Leandro, professora da UFCG e membro da Campanha Mãos Fraternas. “Saúde é a capacidade de lutar por direitos. Solidariedade é uma forma de nos apoiarmos uns nos outros, de sobrevivermos com dignidade, afinal ‘tudo que nós tem é nós’ como diz a música de Emicida”, completa.
Comitê Municipal de combate à fome
No atual contexto de agravamento da pandemia e da crise econômica e social no Brasil, a fome e a miséria vem aumentando e é necessário fortalecer a unidade fraterna, solidária e classista entre os movimentos sociais como o Movimento Sem Terra, o movimento estudantil – Levante Popular da Juventude, o movimento Docente das instituições, sindicatos e entidades do campo progressistas, a fim de ampliar nossas ações de solidariedade ativa.
Nesse sentido, a doação de marmitas acabou se tornando um marco na construção do Comitê Municipal de Combate à Fome, uma iniciativa do ANDES-SN junto com outros sindicatos e organizações, no intuito de lutar junto com o povo por esse direito essencial de todo ser humano e por outros direitos fundamentais, como o auxílio emergencial de 600 reais, vacina para todas e todos já e contra o Governo genocida de Jair Bolsonaro.
*Editado por Fernanda Alcântara
Por Luana Rêgo (MST na PB) e Andresa Costa (Levante Popular da Juventude)
Da Página do MST