Sob os gritos de "Pela vida grita a terra, e por direitos todos nós", aproximadamente 3 mil pessoas estiveram na manhã dessa quarta-feira (7) caminhando e reivindicando em nome dos excluídos do estado de Pernambuco. Eram representantes dos mais variados movimentos sociais, sindicais, estudantis, movimentos gays, movimentos de paróquias e associações de bairro, além das inúmeras pessoas que aproveitaram o feriado não para aplaudir, mas para questionar a "independência".
A 17º edição do Grito dos Excluídos se concentrou na Praça Oswaldo Cruz e seguiu caminhando pela Conde da Boa Vista até a Praça do Carmo, no Centro do Recife.
As revindicações, que não são poucas, iam desde uma folha de papel escrita "Fora Teixeira", contra o presidente da CBF, a discursos contra a construção de usinas nucleares no Brasil; pela limpeza do Rio Capibaribe; pela construção de ciclovias; pelo aumento do repasse de verba para educação e a convocação dos concursados estaduais. Temas como reforma agrária, diminuição de impostos, preservação do meio ambiente e melhoria na qualidade de vida dos brasileiros eram lembrados a todo momento.
Sobre a variedade de bandeiras e o Grito como ato público comum de diferentes setores, um dos representantes do Movimento Sem Terra, Alexandre Conceição, esclareceu:
"O Grito dos Excluídos serve, justamente, para relembrar a sociedade que precisamos de uma pátria realmente independente. Aqui nos juntamos em prol dessa causa maior, mas cada um também reivindicando suas próprias demandas políticas mais urgentes".
Por falar em urgência, muito se comentou no Grito o fato de as revindicações serem praticamente as mesmas desde a sua primeira edição, o que pode significar a quase estagnação dos avanços sociais mais elementares.
Porém, apesar do longo caminho a ser feito para a construção de uma sociedade mais igual e menos excludente, o presidente da CUT em Pernambuco, Sérgio Goiana, foi enfático:
"O único caminho para que o nosso país seja transformado, é o povo na rua. E nós não vamos desistir, não há a possibilidade de nós desistirmos da luta!"
Fonte: Do Blog do Jamildo