Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

As hidrelétricas de Santo Antonio (RO), Jirau (RO), Estreito (TO) e Belo Monte (PA) tem algo em comum: todas irão afetar áreas indígenas. O alerta é do bispo do Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Erwin Kräutler. Ele é mais incisivo em afirmar que as águas devem inundar até mesmo áreas demarcadas. Achar meios de como se organizar diante desse possível desfecho é um dos objetivos da 18ª Assembléia Geral do Cimi, que começa nesta terça-feira (27), em Luziânia (GO). O religioso lembra também que no caso de Belo Monte será necessária a construção de um complexo de hidrelétricas para atender a demanda das mineradoras.

“Naturalmente vai inundar várias áreas indígenas já demarcadas e até homologadas. A segunda questão é o povo ribeirinho: o que se faz com esse povo? Dizem simplesmente que receberão casas, mas não dizem onde. E a terceira [questão] é o próprio povo da cidade de Altamira. Um terço da cidade vai para o fundo [da água], significa que 30 mil pessoas serão atingidas. O que se faz com essas pessoas? Naturalmente, [os governantes] não tem resposta.“

Dom Erwin destaca que o governo do presidente Lula está mais preocupado em atender as demandas de empreiteiras - como a Odebrecht - do que interessado nas consequências sócio-ambientais dessas obras.

Missionários, lideranças indígenas, representantes de movimentos sociais e pesquisadores também tratam de outras questões como o projeto de transposição do Rio São Francisco e dos projetos financiados com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A assembleia acontece até o dia 30 de outubro.



Fonte: Radioagência NP

 

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