O grupo citou a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio - prevista para 2015 - e de Jirau - para 2013 -, ambas se utilizando das águas do Rio Madeira, no Estado de Rondônia, no Norte do país.
Os missionários ainda questionam a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Estado do Pará, também Norte; e a já iniciada transposição de parte das águas do Rio São Francisco, no Nordeste brasileiro.
Eles ainda enfatizaram os danos socioambientais causados por empreendimentos financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública federal.
Na avaliação de dom Erwin, o governo federal "se preocupa em dar uma solução para os problemas dos povos indígenas, mas sem questionar os projetos das grandes construções. A justificativa é que ‘não se pode frear o progresso por causa de uma dúzia de indígenas’", criticou.
O presidente do Cimi enfatizou a despreocupação do governo pela demarcação dos territórios tradicionais. "O que a gente percebe é a não demarcação de terras indígenas, principalmente nas fronteiras com outros países. Isso escancara os territórios para a invasão", considerou.
Kräutler também criticou a bancada ruralista do Congresso Nacional, "que trata os povos indígenas como estorvo, como entrave para o progresso. Eles falam de desenvolvimento, mas é um desenvolvimento para abrir grandes áreas pro grande capital".
Os debates de ontem e hoje contaram com a presença dos líderes indígenas Eva Canoé, do povo Canoé (Rondônia); Aurivan dos Santos, do povo Truká (Bahia); e Eliseu, do povo Guarani Kaiowá (Mato Grosso do Sul).
Fonte: CIMI