Como comparação, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), também do IBGE, divulgada há três semanas, mostrou o índice de 0,521 para o rendimento total do trabalho em 2008.
O Gini brasileiro, um dos mais altos do mundo, vem recuando nos últimos anos. Mas a pesquisa revela que a desigualdade é ainda maior no campo. “As diferenças na área dos estabelecimentos agropecuários continuam a caracterizar a manutenção da desigualdade na distribuição de terra no País nos últimos censos”, conclui o estudo.
Segundo o IBGE, enquanto as propriedades de menos de
O técnico do IBGE responsável pelo Censo, Antônio Carlos Florido, disse que os dados de Gini devem ser analisados com cautela, já que nem sempre a concentração reflete uma situação desfavorável para os produtores. Ele ressaltou que, apesar da manutenção das desigualdades na média do País, a concentração diminuiu em quase 50% dos municípios.
Ainda segundo o Censo, mais de um terço dos 16,5 milhões de agricultores brasileiros são analfabetos ou não têm estudo. O estudo revela que 39% dos produtores agropecuários não sabem ler e escrever ou o fazem precariamente, sem estudo formal. Se forem acrescentados a esse grupo os produtores que têm ensino fundamental incompleto, que correspondem a 43%, o Censo indica que 80% dos agricultores, cerca de 13,2 milhões de pessoas, têm pouco ou nenhum acesso à educação. Apenas 3% têm ensino superior.
Foi a primeira vez que o Censo mediu a escolaridade dos produtores. Para o secretário-executivo e ministro interino do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Daniel Maia, esse é um dos dados preocupantes. O Nordeste concentra 58% dos analfabetos.
Jornal do Commercio
01 de outubro de 2009