O Ministério da Agricultura liberou, para os anos de 2009 e 2010, R$ 93 bilhões para financiar o agronegócio, enquanto a agricultura familiar ficou com R$ 15 bilhões. Comparando com o último ano, enquanto o valor destinado ao agronegócio teve aumento em R$ 15 bilhões, a agricultura familiar teve um acréscimo de apenas R$ 2 bilhões. Para a Via Campesina – organização que reúne movimentos sociais de quatro continentes – estes números são um erro para a soberania alimentar brasileira. A representante da organização, Maria Costa, lamenta o projeto de desenvolvimento no campo do país:
“Nós [agricultores familiares] somos responsáveis por mais de 70% da produção de alimentos neste país. Passar R$ 93 bilhões para o agronegócio, que continua endividado, gerando despesas mesmo recebendo um volume de subsídio enorme do Estado brasileiro, é preocupante. Isso significa que vamos continuar por um caminho que a história está mostrando que não está certo.”
Maria Costa acredita que o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, comete equívocos ao declarar que o agronegócio tem ajudado o Brasil no contexto de crise mundial.
“Nós discordamos consideravelmente das defesas que ele faz, porque o que o agronegócio representa na balança comercial não está computado os grandes desastres [ambientais e sociais] e nós, com a crise mundial, não podemos deixar de computar essas questões.”
Segundo a Via Campesina, um planejamento melhor para a agricultura familiar, destinando maiores verbas para o setor, traria benefícios para a sociedade.
Fonte: Radioagencia NP
Agronegócio recebe mais verbas que agricultura familiar
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