Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) reuniu nesta terça-feira, em Brasília, cerca de 5 mil agricultores de todo o país, no 15º Grito da Terra, que cobraram do governo federal e de parlamentares agilidade na implementação da reforma agrária no País. Entre diversas reivindicações, a entidade defende a reavaliação dos índices de produtividade da terra. "Isso facilitaria a identificação de áreas improdutivas, para que possam ser destinadas para fins de reforma agrária", justifica Clementino. "É vergonhoso um País como o Brasil ainda trabalhar com índices de produtividade dos anos 60", explica o secretário de Política Agrária da Contag, William Clementino.

Os manifestantes reivindicaram também a destinação R$ 22 bilhões para o Plano Safra 2009/2010. Eles querem também maior rapidez no processo de regularização fundiária.

De acordo a assessora da Contag, com Maria Cavalcante, dos R$ 13 bilhões disponibilizados nesta safra para a agricultura familiar, somente R$ 9 bilhões foram aplicados, por problemas na regularização de terras e registro das reservas legais. Como os recursos não foram gastos totalmente, ela disse que o governo fez uma proposta de menos recursos para a próxima safra.

“Eles já fizeram três propostas que não aceitamos e, amanhã (27), o presidente Lula ou os ministros Luiz Dulci [da secretaria-geral da Presidência da República] e Guilherme Cassel [do Desenvolvimento Agrário] vão nos receber para apresentar uma nova proposta”, afirmou Maria. Segundo ela, as negociações começaram no dia 13 de maio. O governo havia prometido anunciar o Plano Safra 2009/2010 até o início de junho.

Além dessa questão que consideram mais urgente, os milhares de manifestantes que viajaram de ônibus, alguns até dois dias, até Brasília, pedem a ampliação de programas de valorização da agricultura familiar, como o Programa nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

"Enquanto a agricultura familiar procura garantir a sustentabilidade ambiental, o agronegócio tem se mostrado perverso, no sentido de estar expandindo as fronteiras agrícolas, de estar envenenando o solo, e por estar produzindo de forma insustentável", argumenta.

"Quem trata bem o meio ambiente precisa ser melhor compreendido, e quem trata mal precisa ser melhor corrigido", completa.

Outra reivindicação defendida pela Contag é a alteração da MP 8899, que impede a realização de ações de reforma agrária em coberturas de florestas primárias da Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal. Segundo o dirigente da Contag, a reforma agrária "não é prejudicial a esses biomas".

O Grito da Terra é organizado pela Contag em conjunto com sindicatos e federações de trabalhadores rurais.


Fonte: Agência Brasil

 

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