Desde 1971, diz CPT, houve 819 assassinatos e 6 condenados por ordenar crime. Entre eles um está foragido, um morreu, um teve perdão judicial, dois esperam novo julgamento em liberdade e um é Bida, do caso Dorothy.
Com a absolvição e a soltura de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de planejar a morte da missionária Dorothy Stang em Anapu, não há no Pará nenhuma pessoa apontada como mandante de crime relacionado a conflito agrário que esteja atrás das grades.
É o que mostra levantamento feito pela CPT (Comissão Pastoral da Terra). De
Dois dos condenados ficaram conhecidos em 1996, após o massacre de Eldorado do Carajás, quando 19 sem-terra foram mortos às margens da rodovia PA-150. O coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria Oliveira aguardam em liberdade, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), até que sejam esgotadas todas as opções de recursos.
Outros dois mandantes condenados, Vantuir Gonçalves de Paula e Adilson Carvalho Laranjeira, envolvidos na morte do sindicalista João Canuto de Oliveira, de Rio Maria (PA), em 1985, escaparam da punição. Laranjeira, após fugir, morreu em março de 2007 de causa natural. Vantuir segue foragido. Jerônimo Alves de Amorim, condenado como mandante da morte de outro sindicalista de Rio Maria, Expedito Ribeiro de Souza, em 1991, acabou perdoado pela Justiça de Goiás após cumprir prisão domiciliar por problemas de saúde.
Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, também apontado como mandante do assassinato de Dorothy Stang, aguarda julgamento
No Estado, há casos emblemáticos que nem sequer foram julgados. Dois deles ocorreram em 1985: a chacina de Conceição do Araguaia, onde 12 trabalhadores rurais foram mortos, e a chacina de Xinguara, onde 17 pessoas foram ssassinadas. Procurada, a assessoria do Tribunal de Justiça do Pará disse que ninguém no órgão poderia comentar os dados da CPT.