João Calazans era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pingo D´Água e da Associação do Assentamento Chico Mendes; recebeu um tiro na nuca, no quintal de sua casa, quando estava com a família
O trabalhador rural João Calazans, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pingo D´Água, em Minas Gerais, foi assassinado na noite da terça-feira (11), no quintal de sua casa. O sindicalista estava com sua família, quando recebeu um tiro no lado direito da nuca. Foi levado para o Hospital de Ipatinga, mas faleceu antes de chegar. A polícia afirma não ter pistas do assassino.
Calazans tinha 50 anos e também era presidente do presidente da Associação do Assentamento Chico Mendes, conselheiro da Mata do Parque Estadual Rio Doce, ex- secretário municipal de Meio Ambiente e ex-coordenador do Pólo Regional Rio Doce da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetae-MG).
A denúncia do assassinato foi feita em nota à sociedade e à imprensa pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). De acordo com o texto, a morte de Calazans já era anunciada. “Por ironia cruel, teve o mesmo fim de Chico Mendes. João Calazans dedicou sua vida à luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, incomodou os latifundiários do Vale do Rio Doce e do Vale do Aço, denunciou a péssimas condições de trabalho e a superexploração de trabalhadores rurais nas carvoarias da região, que sustentam as siderúrgicas, muitas e intensas foram as lutas travadas”, relata o texto.
Segundo a CPT, as terras do assentamento Chico Mendes foram ocupadas em 1999, e “mesmo após a criação do assentamento, as famílias convivem com conflitos devido a morosidade do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), quase 9 anos, sem finalizar o parcelamento da área”.
Por fim, a Pastoral da Terra pede por justiça. “Exigimos dos poderes públicos todos os esforços para encontrar os responsáveis, e a punição desses”, anunciam.
Fonte: brasidefato.com.br