O deputado Adão Pretto (PT/RS), do Núcleo Agrário do PT, o deputado Dr Rosinha (PT/PR), da Frente da Terra, e o senador Sibá Machado estiveram com o ministro da Justiça, Tarso Genro, nesta quarta-feira (24), para tratar do caso de formação de milícias privadas no estado do Paraná, que atuam contra movimentos sociais do campo. Da assessoria do deputado federal Adão Pretto
Genro requisitou o relatório da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que relata os casos de milícias privadas no Paraná, e pediu a formulação de uma denúncia oficial para que o ministério tome as providências cabíveis. “Ele ainda prometeu disponibilizar a Polícia Federal para o caso”, relatou o deputado gaúcho Adão Pretto.
No último domingo (21), o militante da Via Campesina, Valmir Mota, conhecido como Keno, foi executado a queima roupa com dois tiros no peito, seis trabalhadores ficaram gravemente feridos durante um ataque de uma milícia com cerca de 40 pistoleiros ao acampamento do campo de experimento da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste/PR. No confronto, um dos seguranças também morreu.
Para o deputado federal Adão Pretto (PT/RS), o assassinato de keno foi uma afronta aos parlamentares que, no último dia 18 de outubro, participaram de audiências públicas em Curitiba, que denunciaram a ação de milícias armadas contratadas pelos ruralistas paranaenses.
“Estivemos em três audiências representando a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e lá eles já afirmaram que iam contratar seguranças para promover o despejo dos militantes que ocuparem as áreas improdutivas do Paraná”, disse.
Marcha do MST
A marcha foi dividida em três colunas que partiram de Canoas, região de Missões e região Sul do Estado, tem por objetivo denunciar o atraso da realização de uma Reforma Agrária no estado, em função do grande plantio de eucalipto para produzir celulose para exportação. Hoje a projeção das transnacionais é plantar um milhão de eucaliptos, o que daria para assentar 43 mil famílias comprometidas com a agricultura familiar e sustentável.
No entanto, conflitos já acontecem devido à truculência do latifúndio que não aceita que os manifestantes declarem seus protestos. Na madrugada do dia 19 de setembro, em Bagé, os fazendeiros jogaram pedras e foguetes no salão da Sede Campestre do Clube Recreativo, onde cerca de 500 Sem Terra estavam alojados.
O telhado de zinco ficou danificado. No dia anterior, as famílias contam que os ruralistas cortaram a luz elétrica do salão e ameaçaram dois funcionários do município que tentaram consertar o estrago. Um frei capuchinho que acompanha a marcha também foi ameaçado e teve os pneus de seu carro cortados.
Mesmo com a ação da juíza de Carazinho, o MST ainda vai persistir em sua marcha por considerar que tem “direito de reivindicar justiça social e uma vida digna às famílias sem terra. Direito este que é garantido inclusive pela nossa legislação”.
Informações à imprensa
Assessoria de Imprensa do MST
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