Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Cerca de 200 estudantes, professores e técnicos do Curso Saberes da Terra, do MST, ocuparam essa manhã a Seduc (Secretaria de Educação, Cultura e Esportes), no Recife (PE). Os estudantes e educadores reivindicam a liberação do crédito do Programa Saberes da Terra. A Secretaria Estadual de Educação recebeu a verba do governo federal em outubro de 2005, mas até hoje não fez o repasse. O Saberes da Terra é um programa nacional de educação de jovens e adultos que busca fortalecer e ampliar o acesso e a permanência de jovens agricultores e familiares no sistema formal de ensino. O programa oferece oportunidades de escolarização para os agricultores que hoje estão excluídos do sistema formal de ensino. O programa é uma pareceria do Ministério da Educação e Cultura, através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, com estados e municípios. Em Pernambuco, além do MST, a Fetape (Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco), a CPT (Comissão Pastoral da Terra), a Escola Base, do município de Aliança, e diversas comunidades indígenas e quilombolas participam do Saberes da Terra. De acordo com a Seduc, os recursos investidos no Saberes da Terra totalizam R$2.675 milhões, sendo que R$ 1.75 milhão é repassado pelo Estado. Em sua página na internet, a Secretaria afirma ainda que “este ano estão sendo beneficiados 1.100 alunos”. Mas a realidade denunciada pelos Sem Terra é que há mais de um ano não há investimentos no programa. Segundo Cristiane Albuquerque, da coordenação do Saberes da Terra, esse recurso garantiria o transporte dos estudantes de seus acampamentos e assentamentos para o centro de Formação Paulo Freire, onde é realizado o curso, além de alojamento e alimentação, Apesar da falta de recursos, os Sem Terra realizaram todas as etapas do curso desse ano, mantendo seu compromisso com o estudo. “O curso é importante porque sua proposta pedagógica e filosófica surge das experiências já realizadas dos movimentos sociais, com sua metodologia e regime de alternância. Além disso, oferece escolarização e qualificação técnica para jovens do MST, garantido assim sua permanência no campo e fortalecendo sua identidade camponesa”, ressalta Cristiane. Fonte: Sítio Terra de Direitos Publicado: 29/11/2006

 

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