O desmatamento na Amazônia voltou a subir em junho, de acordo com levantamento da organização não governamental Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os satélites registraram 172 quilômetros quadrados de desmate, aumento de 15% em relação a junho de 2009.
O Pará liderou o desmatamento no mês, com 115 km2 de floresta derrubada (67% do total de junho), seguido pelo Amazonas, com 22 km2 de desmate, e por Mato Grosso, que perdeu 18 km2 de vegetação nativa.
Segundo o Imazon, o desmatamento ocorreu principalmente na região da BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), nos trechos entre os municípios paraenses de Itaituba, Novo Progresso e Altamira. A derrubada também se concentrou na rodovia Transamazônica, entre os municípios de Apuí e Humaitá, no Amazonas.
Faltando um mês para completar o calendário oficial do desmatamento, que vai de agosto de um ano a julho do outro, o Imazon aponta tendência de aumento na devastação da floresta. No acumulado entre agosto de 2009 e junho de 2010, o desmatamento detectado pela ONG foi de 1.333 km2. A soma é 8% maior que a registrada no período anterior, quando a devastação medida foi de 1.234 km2.
A tendência de aumento do desmate apontada pelo Imazon vai na contramão do que mostram até agora as estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelas estatísticas oficiais do desmatamento. Em maio, o Inpe detectou 109,6 km2 de novos desmatamentos, 12% menor que a área registrada pelos satélites no mesmo mês de 2009. Somados os primeiros dez meses do calendário oficial de desmatamento, houve redução de 47% da devastação em relação ao período anterior, de acordo com o sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.
A tendência de redução verificada a partir dos dados do Inpe ainda não inclui os números da devastação em junho e julho, meses em que as motosserras avançam mais por causa do período seco, que facilita o corte e o transporte da madeira ilegal na região.
Fonte: jornal Valor