Cantal deverá unir este pedido ao fato de Rayfran já ter cumprido quatro anos de reclusão, trabalhar, estudar e apresentar bom comportamento no presídio. Caso o júri e o juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, presidente do 2º Tribunal do Júri de Belém aceitem a nova versão, outra mudança acontece no caso: Regivaldo Pereira Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura, fazendeiros acusados de serem os mandantes do crime serão inocentados. No momento, eles aguardam o julgamento em liberdade. Outro partícipe do assassinato, Clodoaldo Batista, que estava ao lado de Sales quando este disparou os tiros, foi condenado a 17 anos de reclusão.
"Como o Rayfran é assassino confesso acreditamos que ele vai pegar pena máxima outra vez. Estamos fazendo pressão é com a questão da qualificadora, este é o problema. O crime foi de mando, ele é um pistoleiro e nas primeiras audiências já confessou que recebeu dinheiro para matar. Por isso, queremos que ele seja novamente condenado por homicídio qualificado e não simples. Depois disso, aguardamos que no ano que vem seja a vez do julgamento de Regivaldo, o Taradão, e Vitalmiro", explica Dinailson Benassuly, coordenador do Comitê Dorothy,
No mesmo dia do julgamento, o Comitê promoverá um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Pará, na Praça Felipe Patroni, localizada na Cidade Velha, em Belém. O evento terá início às 7h30 com celebração inter-religiosa "O julgamento começa às 8h. Antes, vamos colocar algumas faixas, banners e barracas na praça e depois da celebração vamos para o julgamento. Como não será possível que todos do Comitê assistam vamos ficar nos revezando. Outra parte ficará ocupando o Fórum", fala Dinailson.
Histórico
Irmã Dorothy foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005, na cidade de Anapú, localizada ao Sudeste do Estado do Pará. A missionária estadunidense, naturalizada brasileira, que na época tinha 73 anos, foi baleada seis vezes em uma estrada de terra. O crime aconteceu porque Dorothy Stang sonhava com um desenvolvimento sustentável para a Amazônia e lutava ativamente contra a grilagem nestas terras.
O Comitê Dorothy surgiu logo após o assassinato da missionária Irmã Dorothy Mae Stang. Além de exigir a condenação dos assassinos, mandantes e intermediários do crime, ativistas, religiosos, religiosas e jovens estão unidos pelos mesmos objetivos da missionária: construir uma cultura de paz por meio do comprometimento na defesa dos direitos humanos e da justiça ambiental na Amazônia.
Fonte: Adital