A maioria dos estabelecimentos do país onde houve utilização de agrotóxicos não recebeu orientação técnica. O Censo Agropecuário 2006, divulgado pelo IBGE, informou que 56% das propriedades brasileiras usaram o veneno sem assistência e apenas 21% receberam orientação de forma regular
O integrante do grupo Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), James Mendes Cabral, explicou que os problemas começam na hora em que os agricultores fazem as compras, pois não são orientados de como usarem os produtos.
“Se ele já não foi bem orientado e não tem um sistema público efetivo de assistência técnica para aquela comunidade, assentamento ou categoria, também há má aplicação desse produto.”
Cabral enfatizou que a falta de assistência gera um impacto negativo sobre o cultivo dos alimentos. Dessa forma, quem perde é a população consumidora.
O pimentão, o morango, a uva e a cenoura apresentaram os maiores índices de irregularidades para resíduos de agrotóxicos, segundo a última análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para resolver o problema, consta no Censo Agropecuário que as práticas agroecológicas de cultivo poderiam gerar redução no uso de agrotóxicos. No entanto, as vias alternativas de plantio são pouco utilizadas. Entre os estabelecimentos que fazem rotação de culturas, por exemplo, apenas 1,3% usam o controle biológico. Cabral concluiu.
“Existe milhões de dólares sendo gastos em pesquisa de transgênicos e de agrotóxicos novos, porque gera renda. O que precisamos é ter mais pesquisas no campo dessas práticas agroecológicas.”
Fonte: Radioagencia NP
Maioria dos estabelecimentos não recebe orientação técnica para usar agrotóxico
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