Cerca de 30 policiais militares dos municípios de Arcoverde e Belo Jardim chegaram ao acampamento por volta das nove horas da manhã. O conflito se iniciou quando os policiais se recusaram a permitir que os Sem Terra tivessem acesso a liminar de despejo, o que é garantido por lei. Ao serem pressionados pelos agricultores os policiais começaram a atiram em todas as direções e a agredir fisicamente homens, mulheres e crianças.
Dez trabalhadores rurais – sete homens e três mulheres – foram presos depois de serem brutalmente torturados. Os homens foram levados para o presídio de Arcoverde, enquanto as mulheres foram para a colônia penal de Buique. Uma das mulheres presas está amamentando o filho recém-nascido. Outros dois trabalhadores Sem Terra ainda estão desaparecidos.
Violência desmedida
A Fazenda Grande foi ocupada pela segunda vez durante a Jornada de Lutas do mês de abril desse ano. Durante o processo de negociação das áreas ocupadas na Jornada de Lutas, a Fazenda Grande foi considerada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) como área prioritária para desapropriação, uma vez que os proprietários já estavam negociando a área com o Governo do Estado para que fosse desapropriada para fins de Reforma Agrária.
Desde então estava em andamento todo um processo de negociação entre INCRA, Governo do Estado e proprietários, o que torna ainda mais injustificável a repentina liminar de despejo e a violência desmedida da policia contra os trabalhadores.
Fonte: Setor de comunicação do MST PE