Os capangas agrediram fisicamente os trabalhadores rurais. Dois Sem Terra estão hospitalizados: Rogério Leite da Silva, que foi atingido com cortes de facão, e Ezequiel, que teve a clavícula quebrada. Uma espingarda calibre 12 e um revólver 38 foram deixados no acampamento pelos pistoleiros e entregues na manhã de hoje (8/9) para a Polícia Militar de Sertânia.
Histórico de violência
Há anos os trabalhadores rurais acampados na fazenda Juá sofrem com perseguições e violência por parte de capangas e pistoleiros contratados pelo “proprietário” da fazenda. O MST e a organização não-governamental Terra de Direitos já encaminharam uma série de denuncias ao Ministério Público de Pernambuco sobre a situação de vulnerabilidade dos ex-funcionários da fazenda Juá, que reivindicam a posse das terras improdutivas da propriedade. Dentre as denuncias estão ações de despejos arbitrários e violentos, prisões arbitrárias, cárcere privado, procedimentos judiciais viciados e a presença constante de milícias privadas intimidando e ameaçando as famílias do acampamento.
As fazendas Juá e sua vizinha, Laranjeiras, já foram vistoriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e classificadas como improdutivas, portanto passivas de desapropriação para Reforma Agrária. No entanto, parte das terras está dentro da reserva ambiental do Vale do Catimbau. O Incra já oficializou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) uma proposta que viabiliza a desapropriação das terras que estão fora dos limites da área da reserva. Mas mesmo depois de três anos o IBAMA ainda não se manifestou.
O MST espera que o Governo Estadual tome as devidas providencias com relação a esse último ataque ao acampamento, pois mais uma vez policiais são denunciados de pertenceram a grupos armados ilegais que realizam trabalho para fazendeiros.
Setor de comunicação do MST PE