Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgado ontem revela que 26 espécies de animais e plantas desapareceram da Amazônia até 2006. O avanço do desmatamento, por motivos econômicos, já extirpou uma área de floresta equivalente a 94% do território da Venezuela, atesta o levantamento publicado em encontro da ONU em Nairóbi, no Quênia.
O estudo, elaborado por mais de 150 especialistas da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (ACTO) e do Pnuma, acrescenta que 644 espécies da fauna e da flora amazônicas entraram na lista dos ameaçados de extinção. Entre elas estão o macaco-aranha (Ateles belzebuth) e o urso-de-óculos (Tremarctos ornatus).
As causas mais frequentes do desmatamento são o desenvolvimento das atividades econômicas nesta região de matas úmidas, a construção de infraestrutura industrial e de transporte e o aumento da população. Nos últimos 40 anos, a população da Amazônia aumentou em mais de 579%, causando grandes pressões na zona, lembrou o Pnuma.
De 1975 a 2005, a construção de estradas na Amazônia brasileira se multiplicou por dez. Em todo o conjunto da Grande Amazônia, definida segundo critérios hidrográficos, ecológicos e políticos, aproximadamente 21,3 milhões, de uma população de 38,7 milhões de pessoas, ou seja 63,6% do total, vivem atualmente nas zonas urbanas.
“O modelo de produção dominante, que não leva em conta nenhum critério de desenvolvimento sustentável, conduz à fragmentação dos ecossistemas e à erosão da biodiversidade”, alertou o estudo. Para os realizadores do GEO Amazônia, a forma como os países conduzirão as políticas públicas, o funcionamento do mercado e o desenvolvimento de novas tecnologias é que definirá o futuro da região.
Fonte: Jornal do Commercio