Depois de dois dias ocupando a Assembléia Legislativa alagoana, cerca de 3.500 manifestantes saíram da Casa Tavares Bastos na noite desta terça-feira (17). O ato foi para reivindicar, entre outras coisas, o afastamento e a cassação dos deputados estaduais envolvidos com um dos maiores crimes financeiros descobertos no país e denominado pela Polícia Federal como “Taturanas”. No ano de 2008, a PF descobriu um esquema que envolvia deputados estaduais e consistia em desviar a verba da folha da Casa. A operação afastou alguns deputados e chegou até a prender os suspeitos – o que não durou muito tempo. A Assembléia seguiu o ano numa rotina de empossar e afastar suplentes.
Na terça-feira diversos setores sociais reuniram-se para protestar. Foi o dia que marcou o início das atividades do ano de 2009 na Casa Tavares Bastos. Para tanto trabalhadores rurais, Sem Tetos, sindicalistas e estudantes se apossaram do Novo Prédio da Assembléia para inaugurá-lo (já que o mesmo foi reformado) e receber os deputados em seu primeiro dia de trabalho.
Na parte da manhã, os manifestantes, em ato simbólico, elegeram uma nova mesa diretora composta por representantes legítimos do povo, entre eles o presidente Izac Jackson, da CUT; a primeira vice-presidente Lenilda Lima, do Sinteal; o segundo vice Júnior Moraes, do Sindjus; e o terceiro Cícero Lourenço, do Sindprev.
Foi eleito no cargo de primeiro secretário Jorge Venerando(Sinpofal); como segundo secretário José Roberto, MST; e para terceiro secretário Marco Aurélio da sociedade civil organizada. Como suplentes foram eleitos Nilda Costa, Sintufal, e José Carlos, do Sindpol.
Pontualmente às 15h se deu início a primeira sessão do ano da Assembléia Legislativa com a presença de todos os deputados eleitos. Na pauta, entre outras coisas o afastamento e cassação dos “deputados taturanas”, a redução do duodécimo da casa em R$ 20 milhões e a destinação dos bens bloqueados pela justiça para o atendimento das demandas dos movimentos sociais a exemplo da destinação das fazendas improdutivas à Reforma Agrária, dos prédios à moradia, dos veículos à segurança pública, do dinheiro aos investimentos para a saúde e educação prioritariamente, e das mansões para a construção de espaços de formação para a classe trabalhadora.
Em seguida os manifestantes tomaram as ruas do centro de Maceió em direção ao Palácio República dos Palmares.
A mobilização foi organizada pelo Movimento Social Contra a Criminalidade que surgiu em 2007 quando a Casa Tavares Bastos foi envolvida em outro crime - descoberto pela PF e denominado “Gabiru” - que desviava merenda escolar das escolas públicas estaduais. O MSCC é composto por partidos de esquerda, movimentos de luta pela terra, movimentos urbanos, centrais sindicais, intelectuais e outros.
Fonte: MST
Manifestantes exigem cassação de deputados em AL
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