A organização do Fórum Social Mundial em Belém, no estado do Pará, estima que mais de 100 mil pessoas passaram pelas atividades do evento. Porém, a 9° edição do fórum, que surgiu como uma articulação de militantes e ativistas sociais de todo o mundo, pareceu tímida, do ponto de vista político, para a Via Campesina – organização que reúne movimentos campesinos de quatro continentes. 02/02/2009, Da Radioagência NP
Segundo o dirigente de relações internacionais do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais), Egídio Brunetto, como o fórum aglutina muita gente, é um bom espaço para encontros. Mas, seu potencial é desperdiçado porque ele não encaminha mobilizações e agendas de massa.
“Com uma crise dessa, com a agressão que está acontecendo na Palestina, que é um genocídio cometido por Israel, com a invasão que continua no Iraque e no Afeganistão, com a situação do Haiti, do povo colombiano e um fórum desse não consegue fazer nenhum tipo de protesto, não consegue fazer uma agenda? Então é um fórum que, do ponto de vista da estratégia e da mudança de correlação forças, não contribui.”
A coordenadora da Associação Nacional de Pequenos Agricultores de Cuba, Maria Del Carmen, também acha que o Fórum Social Mundial pode muito mais, especialmente este, que foi realizado na América Latina e na Amazônia.
Para Carmen, faltaram mobilizações de rua politizadas e enfáticas, seja para denunciar a situação da floresta amazônica, ou para acompanhar o processo de radicalização das lutas sociais que o continente tem vivido. Carmen salientou que o surgimento do fórum em 2001 foi muito importante para impulsionar a eleição de vários presidentes de esquerda e agora seria a hora de intensificar as mobilizações.
Via Campesina quer mais ousadia do FSM
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