Evidenciar os danos causados a comunidades camponesas por grandes usinas eólicas e apoiar a luta pela reparação dos direitos violados. Foi com essa perspectiva que a CPT no Agreste de Pernambuco se articulou, no início de 2022, com o Instituto Mãe Terra, com a equipe de Residência em Saúde Coletiva e Agroecologia da UPE e com o Fundo Casa Socioambiental. Um dos resultados desse trabalho em conjunto foi a elaboração do documentário "Vento Agreste", que descortina os males causados pela energia eólica quando gerada por meio de modelos centralizados e concentradores. O filme, que deverá ser lançando oficialmente em março, será exibido nesta próxima segunda-feira, 20, às 18h30, para as famílias protagonistas, na comunidade de Sobradinho, município de Caetés - PE.
O pré-lançamento será um momento para que os agricultores e as agricultoras dialoguem entre si sobre a experiência de participação no filme e avaliem a importância desse instrumento para ampliar a denúncia das violações de direitos a que estão submetidas. A comunidade de Sobradinho, formada por 170 famílias agricultoras, foi uma das primeiras a sofrer as consequências da instalação de usinas eólicas na região, em 2016.
“De forma recorrente chegam à CPT informações de comunidades que estão sofrendo com os impactos causados por usinas eólicas. Contraditoriamente, pouca gente sabe que essas usinas eólicas, no modelo que são instaladas no Brasil, são muito violentas com as comunidades do campo e com a natureza. Estão longe da propaganda de ‘energia limpa e sustentável’ que espalham”, destaca João do Vale, da CPT. Por isso, considera, “o objetivo do filme é contribuir para denunciar esses impactos e danos, além de fazer um alerta para as comunidades ainda não impactas, mas que vivem em locais que são de interesse desses grandes empreendimentos, especialmente no Agreste e no Sertão do estado”, ressalta.
O documentário poderá ser visto a partir de março no canal da CPT NE2 no Youtube e nos das demais organizações sociais realizadoras. As gravações de Vento Agreste foram realizadas entre os meses de julho e outubro de 2022, conforme as organizações sociais iam desenvolvendo atividades de escuta, registro, formação e acompanhamento dos casos de violações de direitos causados por usinas eólicas instaladas no Agreste do estado.
Fonte: Setor de comunicação da CPT NE2