Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Cerca de 200 representantes das comunidades de pescadores de Paulo Afonso (BA), Delmiro Gouveia e Piranhas (AL), além de quebradores de pedra, agricultores familiares e piscicultores participaram da audiência pública realizada no Hotel Belvedere de Paulo Afonso, no dia 17 de abril, para discussão da implantação da Área de Proteção Ambiental Monumento Natural do Talhado do São Francisco, que compreende a área do Cânion do São Francisco.


A proposta inicial do Monumento Natural propunha que as Comunidades poderiam morar na área, mas não fazer uso dos recursos naturais. Mas no decorrer da audiência, João de Deus, diretor de Unidades de Conservação do Ministério do Mei Ambiente (MMA) esclareceu, que as comunidades existentes podem fazer sim uso dos recursos naturais, desde que haja um plano de manejo para as atividades agroextrativistas.

A grande discussão se deu em relação à atividade da pesca artesanal, cuja continuidade ficou assegurada. Uma outra questão que gerou muita discussão foi a presença da atividade da piscicultura no local. Existem 14 associações de piscicultores familiares, ex-quebradores de pedra e agricultores familiares. A atividade da piscicultura será permitida na área de proteção ambiental, desde que com espécies nativas da Bacia do São Francisco e não com espécies exóticas, como é o caso da tilápia.

"Aparentemente temos uma vitória, pois a permanência e o uso dos recursos pelas comunidades tradicionais afetadas pela implantação do Monumento Natuarl foi assegurada. Resta saber como será a forma de implantação do Plano de Manejo das atividades produtivas existentes no local, além de termos mais uma área de preservação ambiental na Bacia do São Francisco", comenta Ticiano Oliveira, da Articulação Popular do São Francisco.

20 de Abril de 2009
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