Publicado em 06.02.2009
Obras, que andam lentas, serão aceleradas e total de trabalhadores vai subir dos atuais 2.023 para 4 mil no dia 31 de abril e 15 mil até o fim do ano
Giovanni Sandes
O terceiro turno também foi apresentado como uma forma de combater o desemprego diante da crise financeira global. Ontem, na sede do escritório de acompanhamento das obras em Salgueiro, município do Sertão pernambucano, a candidata de Lula à presidência da República para 2010 e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, mais os ministros Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Paulo Bernardo (Planejamento), tiveram um rápido encontro com empresários dos consórcios das construtoras responsáveis por 13 lotes da obra (que é formada por um total de 14 lotes).
A transposição custa, a preço inicial, R$ 4,69 bilhões, e é a principal bandeira de Lula para o Nordeste, ao lado da ferrovia Transnordestina. Tecnicamente, o projeto é conhecido como Projeto de Integração do Rio São Francisco e das Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional e é assim que os ministros se referem à obra, que terá, além do Eixo Leste, de 287 quilômetros de extensão, o Eixo Norte, de 426 quilômetros. O primeiro beneficiará Pernambuco e Paraíba. O segundo, que tem prazo para ficar pronto em 2012, atenderá Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
RITMO
Para se ter uma ideia de como a transposição do São Francisco tem andado a passos lentos, segundo levantamento elaborado pelo Ministério da Integração Nacional no dia 10 de dezembro de 2008, havia 1.268 pessoas trabalhando no projeto, sendo 852 empregados no Eixo Norte e apenas 416 pessoas no Eixo Leste.
“Com o dobrar de turno (até abril), nós já vamos para 4 mil pessoas trabalhando nesse canteiro. E nosso objetivo, com esse novo ritmo que nós vamos colocar, é estar com 15 mil brasileiros trabalhando nessa obra de interligação de bacias já em 2009”, anunciou Geddel, após o encontro. Antes disso, no entanto, ele afirmou, durante sua reunião com os empresários, que dispõe de orçamento, garantiu que não faltarão recursos para as obras e que, quanto mais rápida a execução, maior será o ritmo de liberação dos pagamentos.
“Vocês me permitam fazer algo que eu nunca pensei em fazer no Brasil: é pedir aos empresários que me apresentem as faturas para eu poder pagar, porque eu não posso continuar com tanto dinheiro empenhado sem pagar. Eu quero pagar as empresas”, reforçou.
RECURSOS
De acordo com o secretário-executivo da Integração Nacional, Luiz Antônio Eira, o projeto terá, para execução este ano, R$ 1,2 bilhão do Orçamento Geral da União (OGU) 2008, mais R$ 800 milhões do OGU 2009.
“Agora passamos para uma segunda etapa (do Programa de Aceleração do Crescimento, PAC). O governo vai, pessoalmente, através do grupo que gerencia o programa, que sou eu, o ministro Paulo Bernardo e o ministro (Guido) Mantega (Fazenda), fazer reuniões com os empresários. O que é que nós queremos? Nós queremos, nessa situação de crise, acelerar ainda mais o PAC. Acelerar significa antecipar, pedir para os empresários o que a gente veio pedir aqui nessa reunião: olha, trabalhem dois turnos, trabalhem três turnos, porque é muito importante para o Brasil, porque nós queremos gerar emprego”, afirmou Dilma Roussef.
Jornal do commercio
Caderno: Economia
06 de fevereiro de 09