A primeira turma é composta por 40 alunos e alunas. O curso prioriza o ingresso de camponeses e camponesas
Inicia nesta próxima segunda-feira, dia 12 de agosto, as atividades do curso de bacharelado em agroecologia, campesinato e educação popular, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O curso prioriza o ingresso de estudantes oriundos do campo. A primeira turma contará com 40 alunos/as. Desses, 30 são camponeses, camponesas, assentados/as da Reforma Agrária, pequenos agricultores, quilombolas, indígenas, pescadores, pescadoras e comunidades tradicionais em geral.
Serão quatro anos de curso realizado por meio da pedagogia da alternância: “tempo aula - tempo comunidade”, que tem como intuito harmonizar a teoria com a prática e fazer com que os conhecimentos sejam socializados com as comunidades as quais os educandos e educandas pertencem.
Segundo a professora Joana Lessa, da coordenação do bacharelado, a ideia partiu do “reconhecimento de uma demanda no campo das ciências agrárias de formar profissionais mais sensíveis para lidar com as questões do campo e também que pudessem ter como matriz a questão da agroecologia para pensar um modelo de desenvolvimento que coloca as camponesas e camponeses como protagonistas.”
O curso representa uma conquista para as comunidades camponesas do estado de Pernambuco, que poderão ser protagonistas na produção de conhecimento científico. Para João Paulo, da Comissão Pastoral da Terra, é um caminho de “virada do pensamento epistemológico sobre o mundo rural, que hegemonicamente foi pensado por pessoas que não tinham ligação com esse espaço socioterritorial. O bacharelado será uma oportunidade dos próprios camponeses e camponesas refletirem academicamente sobre suas vidas e comunidades. É a possibilidade de um aprofundamento da autonomia camponesa”, ressalta.
Setor de comunicação da CPT NE 2