Diário de Pernambuco
Caderno: Economia
29 de novembro de 08
Pedido de recuperação judicial foi acatado na última terça-feira na Comarca de Coruripe,
Juliana Cavalcanti // Diario
A informação tornou-se pública após a publicação de uma nota nos jornais, na qual o grupo explica o porquê da decisão, tomada através da Laginha Agro Industrial S. A. Segundo o porta-voz do Grupo João Lyra, o assessor da presidência Gustavo Dias, a crise no setor de açúcar e etanol, acarretando a queda dos preços nos últimos anos, somada à crise financeira internacional - que restringiu o acesso ao crédito -, foram os motivos da decisão tomada agora.
"Optamos pela recuperação judicial porque é uma forma de manter a produção ativa e de recuperar o patrimônio. Após a Justiça nomear um administrador judicial, a gestão deverá ser compartilhada também com a diretoria do grupo e os credores. Estamos estudando um plano", afirmou Dias. Segundo ele, outro fator que contribuiu para a decisão foi a intransigência de alguns credores, que se recusavam a negociar as dívidas.
Os investimentos do Grupo João Lyra no setor de açúcar e álcool são formados pelas usinas Laginha, Guaxuma e Uruba, no estado de Alagoas, Triálcool e Vale do Paranaíba,
"Nas usinas do Sudeste estamos encerrando a colheita da safra agora, enquanto nas do Nordeste a safra prossegue até maio de 2009", destacou. O porta-voz evitou falar sobre o valor total das dívidas, destacando que esses detalhes devem ser primeiro apresentados oficialmente à Justiça.
O grupo é responsável pela geração nove mil empregos indiretos e 17 mil empregos diretos - 12.500 em Alagoas e 4.500
Além das usinas, o Grupo João Lyra tem empresas com atuação na área de produção de adubos (Adubos Jotaele), hospitalar (Hospital São Vicente de Paulo), táxi aéreo (Lug Táxi Aéreo), revendedora de carros (Concessionária Mapel) e prestação de serviços para o setor agrícola (Sapel) - todas com sede em Alagoas e algumas com atuação em outros estados do Nordeste.
De acordo com o porta-voz Gustavo Dias, a operação destas empresas não está ameaçada e elas seguem operando normalmente, pois a gestão de cada uma é feita de forma separada. "O pedido de recuperação judicial é apenas para as usinas", finalizou.