Cerca de mil pessoas, do Fórum das Organizações do Campo de Pernambuco, acabam de ocupar a sede da CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Pernambuco – no Recife. O Fórum escolheu a sede da CPRH para realizar o protesto que marcar as mobilizações da semana da mulher porque a Agência vem se configurando, segundo os movimentos, como facilitadora da expansão do monocultivo da cana-de-açúcar e um empecilho às desapropriações de terra e do desenvolvimento dos assentamentos no estado.
No final do ano passado, a CPRH assinou um termo de compromisso com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, com a UFRPE e com o Sindaçúcar que tinha o suposto objetivo fixar estratégias, mecanismos e prazos de adequação das usinas de açúcar à legislação ambiental de recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APP) e de definição de áreas de Reserva Legal. Na prática, o Termo mascara e esconde os diversos crimes ambientais cometidos pelas usinas do Estado, sem que as mesmas respondam pelas violações cometidas.
Um exemplo é a Usina Salgado que, segundo a CPRH, cumpre o cronograma de seu projeto de reflorestamento, contudo, a Agência não menciona os danos ambientais que ainda são promovidos pela usina, como afirma o laudo do IBAMA. Contrário a avaliação da CPRH, o laudo de vistoria do IBAMA autuou a mencionada empresa pela destruição de mata ciliar em área de preservação permanente, o que caracteriza infração administrativa e crime ambiental, mesmo que a área se encontre em formação.
Para que tipos de acordo como estes, que mantém os latifúndios violadores do meio ambiente protegidos, não sejam mais firmados entre o Estado e usineiros, o Fórum das Organizações do Campo denuncia à sociedade uma prática que contribui apenas para o agravamento da já difícil situação dos trabalhadores rurais.
Na pauta do Fórum está a luta para que a reforma agrária seja uma realidade e com ela a preservação do meio ambiente, da agricultura camponesa e da diversidade no cultivo de alimentos e o reconhecimento de reserva florestal em áreas de antigos posseiros ameaçados de despejo. As organizações alegam ainda que não vão aceitar que o Estado proteja os usineiros e latifundiários que violam direitos humanos, trabalhistas e ambientais.
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