De acordo com o relatório anual "Conflitos no Campo Brasil 2008", elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), 5,2 mil pessoas que trabalhavam em situação de escravidão foram libertadas no último ano. Entre as libertações, o setor sucroalcooleiro liderou o ranking em 2008, com mais de 2,5 mil trabalhadores que deixaram à situação de escravidão. O número equivale a 48% do total de libertos. Segundo o coordenador da campanha de combate ao trabalho escravo da CPT, Xavier Plassat, plantações de monoculturas se revelaram, nos últimos anos, como palco de condições degradantes de trabalho ou de trabalho escravo:
“Recentemente, o que chamou a atenção são os casos de preparo da lavoura da soja, onde o trabalho de catar as raízes para preparar o plantio é frequentemente realizado em condições de trabalho bem brutais. E como a cultura da soja teve um recrudescimento, um crescimento importante nos últimos anos, tivemos mais casos. E o que também aparece nas estatísticas é o desenvolvimento de duas outras monoculturas que são a cana-de-açúcar e o plantio de eucalipto.”
Também de acordo com o relatório da CPT, o Pará é o estado que registrou o maior número de denúncias de trabalho escravo no último ano. Em segundo lugar, está o Mato Grosso, seguido pelo Maranhão.
De acordo com estatísticas oficiais, as indenizações pagas pelos empregadores flagrados explorando mão-de-obra escrava, em 2008, chegaram a R$ 9 milhões.
Fonte: Radioagencia NP
Metade dos resgatados em condições de escravidão está no setor sucroalcooleiro
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