Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Ontem, 28, famílias do assentamento Paulo Canapum, situado na Chapada do Apodi, Rio Grande do Norte, receberam a visita de representantes do Governo do Quênia, país do leste da África, que vieram ao Brasil para conhecer as experiências de agricultura camponesa e familiar que contribuem para a alimentação escolar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Setor de comunicação da CPT NE2

Imagem: STTR Apodi


A atividade foi proporcionada pela Organizações das Nações Unidas (ONU) ao governo queniano pois o país pretende consolidar uma política de alimentação escolar associada à compra da agricultura familiar e camponesa, com o plano de atingir
10 milhões de estudantes até 2030. Durante a visita, a delegação queniana, composta por cinco ministros de Estado e outros representantes, conheceu a produção de alimentos agroecológicos da comunidade e as diversas tecnologias sociais de convivência com o semiárido implementadas pelas famílias, como os fogões ecológicos, os canteiros econômicos, o sistema de reuso de água, a criação de animais de pequeno porte e a geração de energia renovável descentralizada.

Antônio Nilton, agente pastoral da CPT no Rio Grande do Norte, avaliou a visita de forma muito positiva. “A comitiva conheceu as tecnologias de convivência com o semiárido implementadas  pelas famílias que fornecem alimentação ao PNAE. Além disso, a escolha da comunidade como um exemplo a ser conhecido pelo Quênia demonstra a relevância do trabalho desenvolvido pelos agricultores e agricultoras com o apoio da CPT. Essa visita gerou uma grande repercussão no estado”, afirmou.

A visita foi coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Norte e contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi. Além da visita no assentamento Paulo Canapum, a comitiva também conheceu escolas do campo, cooperativas e outras localidades no estado. 

A comunidade Paulo Canapum é formada por 30 famílias camponesas que vivem no local desde 2000, quando o imóvel, antes improdutivo, foi desapropriado para fins de Reforma Agrária. De lá para cá, com o apoio da CPT, as agricultoras e agricultores da comunidade se consolidaram como um exemplo de produção camponesa agroecológica, preservação do bioma Caatinga e implementação de experiências de convivência com o semiárido.

 

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