Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Na Paraíba, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Diocese de Guarabira promoveu, nos dias 16, 17, 22 e 24 de março de 2025, uma série de rodas de conversa e um intercâmbio com grupos de mulheres camponesas em diferentes comunidades da Paraíba.

As atividades, realizadas em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, reuniram 113 participantes dos grupos de mulheres das comunidades Santa Terezinha e Cajá, no município de Alagoinha, do Assentamento Vazante, em Tacima; e do Assentamento Fazenda Sítio, em Dona Inês.

O tema central dos encontros foi "Mulheres que inspiram outras mulheres", destacando trajetórias de luta, conquistas e defesa de direitos. O objetivo foi fortalecer as mulheres na resistência contra diversos tipos de violência, incluindo violência de gênero, doméstica, familiar, física, institucional, moral, patrimonial, psicológica e sexual.

Além disso, foram abordadas questões como o envelhecimento precoce das mulheres do campo, promovendo um debate sobre a importância de um estilo de vida saudável, com alimentação rica em frutas e verduras cultivadas sem o uso de agrotóxicos nos quintais agroecológicos das participantes. Também foram compartilhadas boas práticas que contribuem para a saúde física e mental e para a valorização da autoestima feminina.

Durante as atividades, foram distribuídos panfletos informativos apresentando a história de mulheres que se tornaram referência na luta pelo direito à terra e pela proteção das mulheres. Entre elas, Francisca Maria da Silva, conhecida como Dona Tica, do Assentamento Fazenda Sítio, que foi uma liderança na conquista de terras na região; Margarida Maria Alves, símbolo da luta camponesa no Brejo Paraibano; e Maria da Penha, cuja trajetória inspirou a criação da lei que protege mulheres vítimas de violência no Brasil.

A iniciativa contou com o apoio de associações comunitárias e a assessoria da professora Rita de Cássia Cavalcanti, da Universidade Estadual da Paraíba.

Para Joseane Souza, coordenadora da CPT Nordeste 2, o trabalho com as mulheres camponesas tem grande relevância. “As mulheres camponesas têm uma sabedoria ancestral que impulsiona saberes da gastronomia tradicional, representando a identidade, cultura e história desses territórios. Elas plantam diversidade e colhem alimentos saudáveis. Precisamos cada vez mais valorizar e dar visibilidade ao trabalho das mulheres do campo, pois é essencial para a promoção da igualdade de gênero, combatendo a discriminação e garantindo seus direitos, para que sejam livres e tenham uma vida sem violência”, afirmou.

A coordenadora finalizou citando a filósofa feminista Simone de Beauvoir: “Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”.

 

Fotos: Equipe CPT Guarabira (PB)

 

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