Após 50 quilometros percorridos pela Marcha Estadual de luta pela Reforma Agrária na Paraíba, cerca de 1.500 camponeses e camponesas ligados à Comissão Pastoral da terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do MST chegaram na cidade de João Pessoa/PB na tarde desta terça-feira, dia 15.
Os trabalhadores saíram em marcha na manhã de ontem, dia 14, do assentamento Wanderley Caixe, em Caaporã e seguiram em direção à capital paraibana pela BR 101.A mobilização integra a jornada nacional da Via Campesina em defesa da soberania alimentar, celebrada em todo o mundo nesta próxima quarta-feira, dia 16. Neste momento, as famílias encontram-se acampadas no Insituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na cidade, onde deverão paerticipar de audiência com a Superintendência do Instituto ainda hoje.
As famílias reivindicam maior empenho dos órgãos federal e estadual para desapropriação de terras no estado como forma de garantia da segurança e soberania alimentar à população. De acordo com Iolanda, integrante da CPT da Paraíba, foi elaborada uma extensa pauta a ser entregue ao Governo Estadual, à Caixa Economica e ao Incra. Entre os principais pontos exigidos pelas famílias está a imediata desapropriação das Terras da Usina Maravilha, que estão localizadas entre o estado de Pernambuco e da Paraíba. A Usina pertence ao mesmo grupo empresarial da Cruangi, que ao longo de 2012 teve suas atividades paralisadas por acumular dívida trabalhista milionária. No fim de fevereiro deste ano, foi anunciada a desapropriação de parte das Terras do Grupo, feita pelo Governo do Estado de Pernambuco no montante de R$ 25 milhões, para servir de área à construção da Fábrica da FIAT, em Goiana/PE.
De acordo com Iolanda, a realização da marcha objetivou fortalecer ainda mais a luta unificada entre os movimentos sociais do campo, em defesa da Reforma Agrária e pela Soberania alimentar. “Além disso, o que nos impressionou ao longo desses dois dias de caminhada foi a repercussão e a recepção muito positiva da população por onde nós passamos. Avaliamos que este diólogo com a população da cidade muito positivo”. Ainda de acordo com a integrante da CPT, a expectativa é de que as famílias Sem Terra permanecam acampadas no Incra até que sejam encaminhados todos os pontos de pauta apresentados.
Outras informações:
Comissão Pastoral da Terra – Regional Nordeste II
Renata Albuquerque
Assessoria de Comunicação
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