A Comissão Pastoral da Terra (CPT) vem à público manifestar apoio à greve dos jornalistas em Alagoas contra a redução salarial de 40% e a retirada de direitos.
O movimento paredista já ultrapassa uma semana sem resposta favorável à categoria pelas principais empresas de comunicação - afiliadas à Rede Globo, SBT e Record, controladas no estado por políticos e grandes empresários. As empresas seguem com propostas rebaixadas, ao mesmo tempo, veiculando notícias antigas ou produzidas nitidamente de forma precária ou amadora, o que se configura como desrespeito não apenas aos profissionais, mas também, aos telespectadores.
Por outro lado, o que se vê nas redes sociais e nas ruas é o apoio da população. As hashtags da greve estiveram no topo dos assuntos mais comentados no Brasil. Artistas estão fazendo shows gratuitos em frente aos portões das empresas e até mesmo a “rainha” do futebol brasileiro, Marta, já enviou vídeo em que fortalece a luta dos jornalistas.
Jornalistas, sem-terra, professores, bancários, policiais, servidores públicos... Todas e todos têm o direito de lutar pelo sustento de sua família e por uma vida digna. Deste modo, a greve nos une enquanto classe trabalhadora. O rebaixamento do piso salarial dos jornalistas - vale destacar, tratado como teto salarial pelas empresas - é um ataque de classe.
Geralmente, a grande mídia se posiciona do lado da classe dominante que a controla e criminaliza os movimentos sociais e o ativismo. Apesar disso, em Alagoas, o trabalho profissional dos jornalistas, muitas vezes, foge à este padrão e mostra a realidade em diferentes perspectivas. Exemplo disso é a cobertura de praticamente todas as Feiras Camponesas realizadas pela CPT.
Neste sentido, a CPT, que realiza a Feira Camponesa itinerante nesta semana, entre os dias 04 e 06 de julho, não enviará sugestão de pauta para os veículos de comunicação hegemônicos, porque compreende que o jornalismo deve ser valorizado para que a população tenha acesso à informação de qualidade.