Os trabalhadores rurais, ligados ao MLST, MTL, MST e CPT, ocuparam, na tarde desta quinta-feira, 07, parte da Assembleia Legislativa de Alagoas. A ação faz parte das mobilizações da Marcha Unitária pela Terra, que teve início na última segunda-feira.
Segundo informações das lideranças da marcha, a intenção é cobrar uma resposta do poder público sobre de desvios de verba pública da Casa de Tavares Bastos além de ser uma forma de protestar contra a concentração da terra e a morosidade da Reforma Agrária.
"O protesto é contra a picaretagem que se instalou na Assembleia Legislativa de Alagoas. Soubemos que o Bope foi acionado após a nossa ocupação. Os policiais deveriam prender os responsáveis por desvios da casa e não trabalhadores. É uma vergonha para a Justiça de Alagoas permitir que os deputados permaneçam no poder mesmo os esquemas terem sido comprovados", disse Josival Oliveira, organizador da marcha.
A agenda dos sem-terra é permanecer na Assembleia Legislativa por tempo indeterminado. "Iremos dormir na ALE e não temos data para sair. A cozinha já está sendo transferida da Praça Sinimbu para a assembleia", informou Josival.
Nas dependências da Assembleia Legislativa o clima é considerado tenso. A sessão da casa Tavares Bastos chegou a ser suspensa e funcionários e deputados estaduais se diziam acuados com a ocupação dos manifestantes.
Após 20 minutos, a sessão ordinária foi retomada com nove deputados estaduais. Por volta das 16h30, a presidente interina da casa, Flávia Cavalcante (PMDB) decidiu encerrar a sessão e convocar uma comissão formada por trabalhadores rurais para conversar.
Com palavras de ordem, como "Esta casa não nos representa", os trabalhadores rurais chegaram a ameaçar o deputado estadual Antonio Albuquerque. Sobre o caso, o parlamentar não quis falar com a imprensa.
Servidores da ALE e Sem-terra
Depois da ocupação, os servidores da casa de Tavares Bastos decidiram se unir aos trabalhadores rurais pela moralização da ALE. No fim da tarde de hoje, eles realizam uma assembleia na porta da casa.
Policiais militares (1º BPM e RP) já se posicionam no entorno da ALE. Também nesta tarde, uma comissão formada por membros dos movimentos sem-terra participará de uma reunião com o Governo de Alagoas, no Palácio República dos Palmares, no Centro.
Marcha Unitária pela Terra
Esta manhã, os 2 mil ‘sem-terra’ ocuparam o estacionamento do Parque Shopping, mais novo centro de compras e lazer inaugurado na noite de ontem em Cruz das Almas. Em seguida, eles saíram em caminhada pelas ruas da capital alagoana até a Praça Sinimbu, onde estavam acampados.
Na segunda-feira, 04, os trabalhadores rurais saíram do acampamento Sede (Fazenda São Simeão, uma das áreas que sofrem ameaça) em Murici em marcha para a cidade de Maceió. Foram 60 km percorridos pelos movimentos de luta pela terra em Alagoas que estão dispostos a reafirmar a necessidade da Reforma Agrária para o desenvolvimento do estado e do país.
Alagoas, 24 horas,-7-11-13