Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Quem não paga a conta de energia elétrica tem o fornecimento cortado em no máximo 90 dias. Deveria ser assim para todo consumidor que não honra o pagamento das faturas. Mas para a indústria da cana-de-açúcar, ao longo de duas décadas e meia, tem sido diferente. Das 24 usinas de Alagoas, 14 estão na lista dos 100 maiores devedores da Eletrobras, a antiga Ceal. Nesse período, 8.142 cobranças foram ignoradas. Somada, a dívida dos usineiros, com juros e correção monetária, chega a R$ 128,8 milhões.

Na última semana, a Eletrobras, que luta para não falir de vez, resolveu apertar o cerco. Em plena safra, mirou o alicate para as usinas e parou a moagem de cinco devedoras. Ao todo, 26 prédios, como escritórios e galpões, ficaram sem energia.

A primeira que teve o fornecimento cortado foi a Usina Seresta, da família do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Na lista dos 100 consumidores mais endividados da Eletrobras, ela está no topo, com a maior conta de energia não paga: R$ 30,5 milhões de débito acumulado desde 1997. Instalada na cidade de Teotônio Vilela, na sexta-feira, dia 5 de outubro, a usina ficou no escuro.

O segundo consumidor que mais deve à Eletrobras é a Usina Cansanção de Sinimbu, em Jequiá da Praia. Fundada em 1893, está desde 1951 até hoje sob o comando da família do empresário Silveira Coutinho. Há 15 anos, a usina tem débito de R$ 20,7 milhões de energia elétrica.

 

 

Fonte: Gazeta de Alagoas

 

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