A sentença foi publicada no Diário Oficial de Pernambuco no último dia 20. Para Amorim, a decisão não tem fundamentos jurídicos concretos e é motivada por interesses políticos.
“Está dentro da política atual esse processo de criminalizar os movimentos [sociais] e as lideranças. Mais do que a condenação é essa idéia de transformar todas as ações, todas as mobilizações em violência, bandidagem. O grande problema é justamente que a gente perca a primariedade, se nós perdemos vamos ter bastante dificuldade de estar em todos os momentos nas frentes de batalha. E isso é claro que interessa a burguesia. Além disso, querem taxar as pessoas como condenadas”.
Em nota, o MST caracterizou a sentença como perseguição política. Manifestações contra Bush e a guerra do Iraque foram realizadas por diversas organizações em todo mundo. Porém, apenas a liderança do MST foi condenada. Outro indício da perseguição política apontado pelo movimento foi o dossiê enviado pelo Consulado ao Secretario de Segurança do estado. O documento continha fotos em que a imagem de Amorim aparecia circulada, apesar de a manifestação contar com a participação de mais de 200 pessoas.
O MST contestará a decisão no Tribunal de Justiça de Pernambuco já na próxima semana.
Fonte: Radioagencia Notícias do Planalto
Condenação de militante é atentado à liberdade de manifestação, diz movimento
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O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jaime Amorim, foi condenado a quatro meses de detenção em regime aberto, pelo delito de incitação ao crime. O suposto delito aconteceu durante a visita ao Brasil do presidente estadunidense, George Bush. Na ocasião, diversas organizações realizam uma manifestação contra a guerra do Iraque, em frente ao Consulado dos EUA, no Recife (PE), em dezembro de 2005.