Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

\"\"Apodi - Os agricultores voltaram a ocupar a sede da Prefeitura Municipal na manhã de ontem, para cobrar a pauta de reivindicações das perdas decorrentes das chuvas que ainda não foram cumpridas. Dezenas de trabalhadores, sob a coordenação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, entraram no prédio exigindo uma audiência com o prefeito José Pinheiro Bezerra.

Jornal de Fato

Mossoró/RN, 15.05.2008


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi (STR), Francisco Edilson Neto, já tinha alertado, na primeira vez, que voltaria a ocupar a sede do Executivo caso José Pinheiro não apresentasse, até o dia 3 passado, uma alternativa para ajudar os atingidos pelas enchentes.
A promessa era de que os agricultores iriam ocupar a sede por tempo indeterminado até que fosse dada uma solução para o problema. Desde o mês passado que o STR entregou ao Governo do Estado o relatório das perdas e a pauta de reivindicações.
Os números apresentados mostram que mais de mil famílias tiveram prejuízos quase que totais, sendo que muitos desses não têm sequer condições de manter a alimentação de suas famílias.
Além de cestas básicas e subsídios agrícolas, os trabalhadores exigem que o Governo apresente uma medida que permita o perdão ou o desconto de parte das dívidas rurais, evitando que eles tenham seu nome inscrito no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Edilson Neto reclama que não justifica a demora da chegada dos recursos, tendo em vista que o Governo já recebeu três relatórios mostrando os prejuízos do Vale do Apodi. "Além do relatório do Sindicato e da Prefeitura, a Fetarn já apresentou dados sobre os prejuízos", enfatizou.
A equipe também está pressionando o Executivo para que tome uma medida sobre a situação da ponte da RN 233 que caiu durante o período chuvoso. Eles reclamam que a ausência de ação está prejudicando o comércio de hortifrutigranjeiros de centenas de famílias do Vale.

Pescadores reclamam abertura das comportas
Pescadores e agricultores do município de Apodi estão indignados com a decisão da Prefeitura de abrir as comportas da lagoa, que poderá prejudicar uma série de atividades produtivas e ainda colocar em risco as famílias já vitimadas pelas cheias deste inverno.
Segundo o assessor de comunicação da Cooperativa Potiguar de Apicultura (COOPAPI), Eron Costa, a atitude vai afetar diretamente a pesca, tendo em vista que a lagoa perderá cerca de 20 milhões de metros cúbicos de água, que representa aproximadamente 30% de sua capacidade.
Eron explica que o setor pesqueiro perderá milhões de alevinos que foram depositados nesse período. "Abrindo as comportas, os pescadores deverão ter prejuízos incalculáveis, sem falar nos vazanteiros e plantadores de arroz", enfatiza. O apicultor alerta ainda que, como a barragem de Júlio Marinho foi arrombada, ficará muito difícil reabastecer a lagoa em outra ocasião.


 

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