Depois de quatro dias na capital do Estado, cerca de 800 trabalhadores rurais acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) retornaram para os assentamentos e acampamentos na tarde de ontem. Através das marchas, acampamentos e muita pressão em reuniões densas, eles conseguiram o atendimento de parte das suas reivindicações.
Ontem, o governo, que havia alegado não possuir recursos para aquisição de cestas básicas, liberou 300 cestas, através da SEAGRI, que se somaram às 100 cedidas pela Associação dos Supermercados. Isso aconteceu devido à pressão feita na ultima terça, no Hiper Bompreço - que apesar de ser um dos maiores grupos multinacionais do mundo na área - não cedeu absolutamente nada. Além das sementes, do apoio a duas Feiras Camponesas e das cestas básicas, os sem-terra conseguiram, a partir da atividade realizada na Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a liberação de 1.600kg de farinha e 2.400kg de feijão.
Entre tantas atividades na luta pela Reforma Agrária nos últimos dias, as mulheres do campo acompanhadas pela CPT também se destacaram na luta por seus direitos. Elas foram até a Secretaria da Mulher e conseguiram marcar visitas do Balcão de Direitos nas quatro regiões do Estado. Está marcada uma reunião para o dia 26 de maio com as campesinas, onde será apresentado o projeto das hortas e plantas medicinais e mini-fábrica de polpa de frutas.
Para terminar a passagem em Maceió, os sem-terra realizaram uma doação coletiva de sangue no HEMOAL, das 8h às 12h, mostrando que se preocupam com outras questões importantes para toda a sociedade.
Apesar das conquistas pontuais com o governo estadual, a pauta fundamental e antiga com o governo Federal, através do INCRA, não foi atendida. Por isso, a CPT deve retornar no mês de julho, mês do agricultor, para mais mobilizações e reivindicações.
Fonte: Setor de Comunicação da CPT de Alagoas