As ações fazem parte das mobilizações que marcam a semana da mulher no estado. A ocupação do Engenho Preira Grande tem como pauta específica protestar pelo fim do monocultivo da cana-de-açúcar que gera, dentre outras coisas, a concentração de terra, renda e água, além de representar um sério risco ao meio ambiente. Enquanto a da CODEVASF tem como objetivo protestar contra o modelo de desenvolvimento que vem sendo implantado pela Companhia na região.
Segundo a Via Campesina, os investimentos da CODEVASF estão focado nos grandes projetos de irrigação para o agronegócio, como o projeto de transposição do Rio São Francisco, o Pontal Sul, em Petrolina, e o Projeto Salitre, na cidade vizinha de Juazeiro, na Bahia. As mulheres da Via Campesina denunciam ainda o modelo exportador e automatizado do agronegócio, no qual elas não tem vez, e pedem a desapropriação imediata do projeto Pontal do Sul em Petrolina e Salitre na Bahia. Segundo as organizações da Via Campesina no estado (CPT e MST) o investimento que vem sendo feito no agronegócio contribui para aprofundar ainda mais a concentração de terra em Pernambuco e aumentar a violência no campo.
Na pauta de defesa estão: a reforma agrária, a valorização do meio ambiente e da agricultura camponesa e a soberania alimentar – esta última afrontada pelas usinas e multinacionais ligadas ao agronegócio que têm seus investimentos baseados nos latifúndios monocultores com produção destinada à exportação, o velho conhecido sistema de plantation do Brasil escravocrata.
Usina Estreliana
A Usina Estreliana foi escolhida por ser uma área simbólica, visto que o imbróglio jurídico no qual ela está envolvida é um dos maiores exemplos da inoperância do Estado quando se trata de destinar terras para Reforma Agrária. No ano de 2006, o Engenho Pereira Grande teve sua posse imitida para o Incra, que por sua vez destinou a área para reforma agrária. Uma semana depois dos trabalhadores rurais terem sido colocados na área pelo Incra, a justiça recorreu da imissão e os trabalhadores foram violentamente despejados. Até hoje nenhuma decisão foi tomada em relação a desapropriação da área e os trabalhadores continuam ser ter onde morar e trabalhar.
Contatos: Marluce Melo - 9983 4176 Betânia: 87520893