Fonte: www.mst.org.br 10/12/2007
O protesto faz parte da campanha "Syngenta Fora do Brasil", lançada com o assassinato de Valmir Mota de Oliveira, Keno, por uma milícia armada, em Santa Tereza do Oeste, no Paraná, em 21 de outubro. Até agora, nove seguranças privados e o proprietário da NF Segurança, Nerci Freitas, foram responsabilizados no inquérito policial sobre a tentativa de expulsão sem autorização judicial de 200 famílias que tinham ocupado laboratório de experimentos ilegais da empresa suíça.
“A Syngenta assassinou com sua milícia armada um trabalhador rural e deixou mais seis feridos e segue ameaçando a nossa biodiversidade com experimentos transgênicos ilegais. Queremos essa empresa fora do Brasil”, afirma Roberto Baggio, da coordenação nacional da Via Campesina.
Na semana passada, a Justiça Federal do Estado do Paraná julgou ilegais as atividades desenvolvidas pela Syngenta no extremo oeste do estado, como denuncia a Via Campesina desde a primeira ocupação, em março do ano de 2006.
A decisão obriga a empresa a pagar multa de R$ 1 milhão, como determinou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pela realização de experimentos transgênicos na zona de amortecimento de 10 km da área do entorno do Parque Nacional do Iguaçu, no ano passado.
NOTA A SOCIEDADE CEARENSE
Fortaleza, 10 de dezembro de 2007.
Nós, camponeses organizados nos movimentos sociais do campo, viemos a público expressar nosso protesto e indignação contra as multinacionais que controlam a agricultura no Brasil.
Somos mais de 250 pessoas que desde as 6h da manhã de hoje estamos na localidade de Flecheira, município de Aracati, onde fazemos uma manifestação pacífica contra a empresa multinacional SYNGENTA, com sede na Suíça. Esta empresa está no Brasil, no Ceará e em ARACATI há mais de cinco anos desenvolvendo pesquisas, experimentos e produzindo sementes selecionadas para o mercado, só que segundo informações da região essa empresa (Syngenta) está realizando testes com sementes geneticamente modificadas, TRANSGÊNICOS, as conhecidas sementes da morte, que o governo Brasileiro não autorizou.
O nosso protesto é também pela chacina que a SYNGENTA realizou em Santa Tereza do Oeste – Paraná, no dia 21 de outubro, com 40 pistoleiros, a mando da empresa, assassinou um militante da Via Campesina e feriu a tiros 5 pessoas. A ação da Syngenta fere o direito a vida, liberdade e segurança pessoal assegurada na Declaração Universal dos Direitos Humanos que hoje completa 50 anos. O protesto é ainda em solidariedade ao frei Dom Luís Cappio, que hoje chega a 13 dias de jejum e oração na luta pela não transposição do Rio São Francisco. Reafirmamos também nossa luta contra a transposição do São Francisco e na defesa dos direitos humanos.
Via Campesina - Alimento e Energia não são Mercadorias!