Discutir os impactos causados por empresas de fruticultura irrigada e traçar estratégias camponesas de resistência e de produção agroecológica. Esse foi o objetivo do I Seminário Regional - Os impactos da fruticultura e a resistência agroecológica no Semiárido Potiguar, realizado nos dias 9 e 10 de setembro, em Apodi (RN).
O evento reuniu cerca de 140 pessoas, entre representantes de comunidades impactadas por empresas da fruticultura, agentes pastorais, sindicalistas, assalariados e assalariadas rurais e organizações sociais que acompanham o tema. O evento foi um espaço de escuta dos principais problemas causados por empresas de fruticultura irrigada à região, bem como sobre as experiências de resistência e de produção agroecológica desenvolvida por famílias camponesas da localidade. Por esse motivo, estiveram presentes para dar seus testemunhos agricultores e agricultoras de mais de 40 comunidades situadas nos municípios de Governador Dix-Sexpt Rosado, Açu, Upanema, Tibau, Caraúbas, além de Apodi.
Ivone Brilhante, do assentamento Sítio Góes, na chapada do Apodi, destacou a importância do encontro: “é mais um passo na nossa luta. Estamos com a nossa Chapada praticamente tomada pela fruticultura irrigada. O Seminário foi muito importante, pois o que nos fortalece é ver que não estamos sós na luta, é ver que existem vários companheiros e companheiras junto conosco. Temos que lutar, temos que nos reunir mais, ter mais momentos como esse, com trocas de experiências e de lutas. A água e a terra são que nos dá o alimento. A nossa expectativa daqui pra frente é esperançar e continuar a luta no nosso dia-a-dia”.
Além dos testemunhos, a programação do Seminário contou com diversas mesas de debates e apresentação de estudos sobre os impactos do agronegócio fruticultor à vida e à saúde das comunidades do entorno e dos assalariados e assalariadas rurais, ao meio ambiente, à água, aos territórios camponeses e a produção agroecológica. Também foram discutidas ações de resistência e o papel das mulheres nos processos de organização para o combate ou reparação dos direitos violados por esses empreendimentos.
A atividade foi organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi (RN). Estiveram presentes também representantes da OXFAM, DIEESE, FERTARN, FETRAERN, Diaconia, ACOPASA, Centro Feminista 8 de Março, Marcha Mundial das Mulheres, Rede Xique-Xique, STTR Baraúna e o Coletivo Jornalístico O Joio e o Trigo.
Imagens: Ana Flávia Fernandes
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