A intenção dos populares era chamar a atenção das autoridades para a falta de abastecimento de água naquele assentamento. Enquanto isso, uma fila quilométrica se fazia ao longo da rodovia. O motim começou por volta das 8h e terminou cerca de sete horas depois. Aos poucos, o tráfego naquele setor foi restabelecido e voltou à normalidade.
Inicialmente, os sem-terra estavam irredutíveis e se recusavam a deixar que qualquer veículo ultrapassasse a barreira, feita com pneus e galhos, queimados na rodovia. Aos poucos, a situação foi se agravando e alguns motoristas foram se revoltando e ameaçavam ultrapassar a barreira na “marra”. Depois de aproximadamente quatro horas, os manifestantes resolveram liberar os veículos aos poucos. Eram dez carros a cada dez minutos. A condição para liberação total do tráfego era que representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) fossem ao local para negociar.
Segundo patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal, que foram ao local para conter a situação, por volta das 14h, os representantes do Incra ainda não haviam chegado e os sem-terra resolveram abandonar o movimento. Eles optaram por acabar a barricada, que estava prejudicando várias famílias – em alguns carros, havia crianças e idosos – e decidiram formar uma comissão que irá até a sede do Incra para discutir o problema. “A gente que não tem nada a ver com isso se prejudica. Estou com meu filho de dois anos no carro e não posso passar. É um absurdo”, reclama um dos motoristas presos no protesto.
Fonte: Jornal de Fato
Mossoró/RN, 24.07.2007