Reunidos neste final de semana (18 e 19), em Carpina, canavieiros e canavieiras da Zona da Mata de Pernambuco deram início a sua 39ª Campanha Salarial. Os 304 delegados e delegadas apresentaram propostas para a pauta de reivindicações, com destaque para salário-base de R$ 1.150,00, piso de garantia de R$ 100,00 e cesta básica de R$ 100,00. Também estão entre as reivindicações a redução do uso de agrotóxicos, com garantias de exames aos trabalhadores/as, e a ampliação do número de mulheres contratadas, entre outras.
Com o lema “Fortalecer a Organização Sindical, Resistir e Ampliar Direitos”, os/as dirigentes e delegados/as sindicais construíram em grupo as propostas, que foram foram aprovadas no congresso e serão agora apresentadas no dia 16 de setembro, durante as assembleias nos municípios da região da Zona da Mata, para avaliação e aprovação da categoria.
A categoria inicia mais uma campanha salarial em uma conjuntura adversa, principalmente diante do reforma trabalhista, implementada no ano passado, além de uma série de cortes nas políticas sociais. “Nenhum direito a menos é o tom dessa 39ª campanha salarial, que também traz a reafirmação do projeto político do Movimento Sindical Rural. E nas assembleias, em setembro, queremos reforçar a luta pela manutenção dos nossos direitos”, pontuou Gilvan José Antunis, presidente da FETAEPE.
Os presentes também reafirmaram a luta e organização para uma campanha salarial forte, propondo estratégias de mobilização da base e a luta para que os empregadores respeitem às cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho dos Canavieiros e das Canavieiras. A delegada e dirigente sindical Rejane Maria da Silva, de Escada, tem a expectativa de uma boa campanha salarial, mas de desafios. “A reforma trabalhista veio atingir em cheio os trabalhadores e trabalhadoras e sabemos do cenário político e econômico difícil que estamos vivendo. Mas, mesmo diante disso, esperamos uma negociação com bons resultados, pois estaremos nas assembleias reforçando os nossos direitos”, disse.
Para o delegado e dirigente sindical de São Lourenço da Mata, Antônio Ferreira da Nóbrega o momento é realmente desafiador, mas de resistência. “Nosso desafio é apresentar aos trabalhadores e trabalhadoras as dificuldades que enfrentamos nesta campana salarial, diante da ameaça da retirada de direitos, mas estamos organizados e preparados”, pontua.
Fonte: FETAPE