Centenas de camponeses e camponesas, de mais de 30 comunidades, acompanhados pela CPT, MST e Sindicatos de Trabalhadores Rurais, realizaram um protesto na capital paraibana na última terça-feira, dia 11, para denunciar os drásticos cortes dos recursos destinados ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no estado.
É por meio do PAA que o governo federal adquire alimentos produzidos por famílias assentadas da reforma agrária, comunidades indígenas e povos e comunidades tradicionais, para a formação de estoques e distribuição à população empobrecida do país. O programa é considerado estratégico para incentivar a agricultura camponesa, ao mesmo tempo em que atua no combate à fome no Brasil. Escolas, Hospitais, creches, centros de atendimento ao idoso e à idosa, cozinhas e restaurantes comunitários, CRAS e banco de alimentos, por exemplo, são os principais receptores dos alimentos produzidos pelas famílias camponesas.
No estado da Paraíba, em 2015, foram destinados ao PAA cerca de 15,3 milhões de reais, com o envolvimento de 1.953 famílias camponesas que produziram alimentos para mais de 1,6 milhão de pessoas. Em 2016, o programa já começa a sofrer cortes, tanto no volume de recursos - que passou para 12,47 milhões de reais - quanto no número de famílias camponesas produtoras de alimentos e de pessoas beneficiadas.
No entanto, para o ano de 2017, os cortes de recursos anunciados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário explicitam o grave desmonte do PAA, operado pelo Governo de Michel Temer. Este ano, serão destinados ao PAA, na Paraíba, somente 2,3 milhões de reais, o que representa uma redução de 85% do valor se comparado ao ano de 2015. De acordo com Aguinaldo Lemos, da Comissão da Pastoral da Terra na Paraíba, a redução deixará cerca de duas mil famílias camponesas sem acesso ao programa no estado.
Segundo o representante da CPT, a drástica redução de recursos não deixará somente milhares de famílias camponesas sem incentivo à produção de alimentos. Serão milhares de famílias empobrecidas que deixarão de receber os alimentos, devendo agravar a situação de fome e miséria no estado.
CPT NE 2, com informações do Jornal da Paraíba